Conheça 8 tipos de desgaste de pneu e como agir em cada caso.

Entenda os tipos de desgastes de pneu que podem acontecer na sua frota. Ainda mais: as possíveis causas e soluções para cada um!

O desgaste de pneus é um dos problemas mais comuns — e também mais perigosos — na gestão de frotas. Quando não é identificado e tratado a tempo, reduz a vida útil do pneu, aumenta o consumo de combustível, compromete a segurança e gera custos desnecessários.

Muitas vezes, os primeiros sinais de desgaste estão ligados a fatores como pressão incorreta, desalinhamento ou até falhas mecânicas mais sérias. O problema é que nem sempre fica claro como identificar o tipo de desgaste e o que fazer em cada situação.

Neste artigo, você vai conferir:

  • Os 8 tipos de desgaste de pneus 
  • Como calcular o desgaste de pneus? 
  • Como analisar o desgaste de pneus de caminhões?
  • 4 dicas para evitar o desgaste de pneus
 

Continue a leitura e aprenda como transformar o desgaste dos pneus em um sinal de alerta — e não em mais uma fonte de prejuízo.

 

Os 8 tipos de desgaste de pneus

Identificar que um pneu está desgastado é importante, mas não é o suficiente. Para agir de forma estratégica e evitar que o problema se repita, você precisa entender qual é o tipo de desgaste e, principalmente, qual é a causa raiz por trás dele.

Cada padrão de desgaste carrega sinais específicos sobre o que está acontecendo com aquele ativo. Pode ser uma falha de calibragem, desalinhamento, excesso de carga ou até uma condução mais agressiva do motorista.

Saber identificar esses sinais é o primeiro passo para planejar ações preventivas e evitar prejuízos maiores no controle de pneus de frota — como a perda prematura, paradas não programadas e aumento no consumo de combustível.

A seguir, você confere os 8 tipos mais comuns de desgaste de pneus e como agir em cada caso.

Exemplo de pneu com desgaste central, "mancha azul" no centro do pneu para representar o desgaste

Desgaste central

Quando o pneu apresenta desgaste central, significa que a banda de rodagem está mais desgastada do que as bordas e que, muito provavelmente, o pneu tem rodado com pressão acima do ideal. 

Esse excesso de calibragem faz com que apenas a parte central do pneu entre em contato com o solo, acelerando o desgaste nessa região e comprometendo a aderência do veículo.

Além de reduzir a vida útil do pneu, a alta pressão também aumenta o risco de estouros, principalmente em dias quentes.

Para evitar esse tipo de desgaste, é fundamental revisar o processo de calibragem da frota, garantir o uso de um sistema de controle de pneus, utilizar equipamentos confiáveis e treinar motoristas e equipe de manutenção sobre a importância de calibrar sempre com os pneus frios, seguindo as recomendações do fabricante.

 

Desgaste unilateralExemplo de pneu com desgaste unilateral, a "mancha azul" cobrindo a lateral direita do pneu para representar o desgaste

O desgaste unilateral acontece quando apenas um dos lados da banda de rodagem apresenta desgaste acentuado. Isso costuma indicar problemas no alinhamento das rodas ou falhas na suspensão do veículo. 

Esse tipo de desgaste do pneu também pode estar ligado à distribuição incorreta da carga, afetando diretamente a estabilidade e a dirigibilidade do veículo.

Para evitar esse cenário, vale incluir inspeções de alinhamento e suspensão na rotina da frota, além de monitorar o peso transportado e a forma como ele é distribuído. 

 

Exemplo de pneu com desgaste localizado, duas "manchas azuis" cobrem pontos específicos do pneu para representar o desgaste

Desgaste localizado

O desgaste localizado acontece quando um único ponto do pneu apresenta sinais visíveis de desgaste, geralmente causados por travamentos de roda ou frenagens bruscas. Isso é comum em situações de emergência, mas quando se repete com frequência, acelera o descarte do pneu.

Nesse caso, o ideal é revisar o sistema de freios e orientar os motoristas sobre técnicas de frenagem mais seguras e progressivas. Além de evitar o pneu desgastado de forma prematura, essa prática também contribui para a segurança da operação.

 

Desgaste irregularExemplo de pneu com desgaste irregular, uma "mancha azul" cobre o pneu de forma irregular em alguns pontos específicos para representar este tipo de desgaste

Entre os tipos de desgaste de pneus, o desgaste irregular é um dos mais comuns nas frotas. Ele aparece como um padrão não uniforme na banda de rodagem — com partes gastas ao lado de partes ainda intactas — e pode ser causado por falta de rodízio, suspensão desregulada ou até por calibragem inconsistente entre os pneus do mesmo eixo.

Esse desgaste irregular dos pneus compromete a tração, reduz o controle do veículo e pode afetar diretamente o consumo de combustível. Por isso, vale redobrar a atenção com o rodízio e manter um cronograma de inspeções da suspensão.

 

Exemplo de pneu com desgaste escamado, pequenas "manchas azuis" cobrem um ponto específico do pneu, como se fossem "dentes" para representar este tipo de desgasteDesgaste escamado

O pneu escamado tem aparência de “retalhos” soltos na borracha — como se pedaços estivessem se descolando da superfície. Isso acontece quando o pneu é usado em condições mais severas do que foi projetado, como em estradas de terra, áreas com cascalho ou obras.

Para evitar esse tipo de desgaste do pneu, utilize pneus adequados para o tipo de terreno e operação. Pneus de média e baixa severidade, por exemplo, não são ideais para estradas acidentadas, de chão e zonas de obra. Para isso, existem pneus específicos, mais resistentes e reforçados.

 

Desgaste serrilhadoExemplo de pneu serrilhado, uma "mancha azul" está desenhada como uma onda no pneu para representar este tipo de desgaste

Sabe aquele ruído chato e vibração ao dirigir? Pode ser pneu serrilhado. Esse tipo de desgaste aparece como pequenas ondulações ou “dentes” nas bordas dos blocos da banda de rodagem, geralmente causado por desalinhamento das rodas ou problemas de geometria da suspensão.

Além do incômodo, o desgaste serrilhado afeta a dirigibilidade e aumenta o risco de acidentes. A solução está em revisar a geometria da suspensão, realizar alinhamento com frequência e garantir que todos os componentes estejam em boas condições.

 

Exemplo de pneu com desgastes nos ombros, uma "mancha azul" cobre ambas as laterais do pneu para representar este tipo de desgasteDesgaste nos ombros

Quando os dois lados da banda de rodagem estão mais gastos que o centro, é sinal de pressão abaixo do ideal ou sobrecarga constante. Esse tipo de pneu desgastado costuma ocorrer quando a calibragem não é feita corretamente ou quando o veículo roda com peso além do suportado pelos pneus.

Além de aumentar o atrito com o solo, esse desgaste gera superaquecimento e pode causar deformações ou até estouros. Para evitar, é fundamental adotar uma rotina de calibragem com pneus frios e manter o controle de carga bem ajustado à capacidade dos pneus utilizados.

 

 

Desgaste de pneu por condução desportiva

Entre os tipos de desgaste de pneus, um dos mais ignorados é o desgaste causado por condução agressiva — também chamado de condução desportiva. Aceleradas intensas, frenagens bruscas e curvas feitas em alta velocidade provocam um desgaste acelerado e irregular da banda de rodagem, reduzindo drasticamente a vida útil do pneu.

Além do impacto direto nos custos da frota, esse comportamento aumenta o risco de perda de aderência, aquecimento excessivo e até acidentes. 

Se esse padrão de desgaste estiver aparecendo com frequência, vale revisar os dados de telemetria e reforçar o treinamento com os motoristas. Um estilo de condução mais controlado faz toda a diferença e evita um pneu desgastado antes da hora.

 

Como calcular o desgaste de pneus?

Mais do que identificar um pneu desgastado, é essencial saber quanto esse desgaste representa em reais. Afinal, cada milímetro perdido tem um custo, e entender isso ajuda a tomar decisões mais estratégicas — como o momento ideal para remover o pneu e enviar para recapagem.

A conta é simples e prática:

(Valor do pneu novo – Valor da carcaça) ÷ Quantidade de borracha utilizável

Vamos a um exemplo:

  • Valor do pneu novo: R$ 2.500,00
  • Valor estimado da carcaça (25% do valor): R$ 625,00
  • Borracha utilizável: 14 mm (em média)

 

Custo por milímetro = (R$ 2.500 – R$ 625) ÷ 14mm = R$ 133,92.

Ou seja, cada milímetro de borracha perdida custa R$ 133,92. Agora imagine perder 3mm antes da hora por calibragem errada ou alinhamento fora do padrão. São mais de R$ 400,00 desperdiçados por pneu!

Esse tipo de cálculo permite entender melhor o impacto do desgaste de pneus na sua operação e traz mais clareza na hora de programar trocas, recapagens e ações de prevenção. 

 

Como analisar o desgaste de pneus de caminhões?

A análise do desgaste irregular dos pneus é uma das práticas mais importantes para manter a segurança e a eficiência da frota. E ela deve ir além de uma olhada rápida nos sulcos. Veja o que precisa ser avaliado:

1. Profundidade da banda de rodagem

Use um aferidor eletrônico para medir com precisão. A legislação exige no mínimo 1,6 mm, mas o ideal é programar a troca antes disso — levando em conta o custo por milímetro, como você viu no cálculo acima.

2. Tipo de desgaste

Identificar se é um desgaste central, serrilhado, nos ombros ou outro tipo (veja os 8 tipos mais comuns acima) já aponta para a provável causa do problema — e evita que ele se repita em outros pneus.

3. Lado afetado e posição na frota

Um pneu desgastado por dentro pode indicar desalinhamento, já um pneu escamado pode sugerir uso indevido para o tipo de trajeto. Entender em que posição o pneu estava (trativo, direcional ou livre) ajuda a cruzar os dados.

4. Histórico de manutenção e calibragens

Compare o desgaste com o histórico de rodízios, calibragens e manutenções. Um pneu serrilhado, por exemplo, costuma estar ligado à falta de rodízio ou desalinhamento crônico.

Quanto mais completa a sua análise, mais fácil será tomar decisões rápidas, econômicas e seguras. Por isso, contar com tecnologia — como sensores, checklist eletrônico e histórico de vida útil — faz toda a diferença.

 

4 dicas para evitar o desgaste de pneus

Evitar o desgaste do pneu exige rotina, disciplina e informação. Mas, com alguns cuidados simples, já é possível aumentar bastante a vida útil dos pneus da frota. 

Veja as principais boas práticas:

1. Calibre os pneus com frequência e da forma correta

A calibragem errada é uma das maiores causas de desgaste central ou nos ombros. Estabeleça uma rotina, use equipamentos aferidos e oriente os motoristas a não negligenciarem essa etapa.

2. Realize rodízios programados

Rodar demais com os pneus sempre na mesma posição contribui para o desgaste irregular dos pneus. Faça rodízios respeitando o manual do fabricante e o tipo de eixo (direcional, trativo, etc.).

3. Faça inspeções periódicas

Não espere o pneu estar completamente comprometido para agir. Vistoria visual, aferição da profundidade da banda de rodagem e análise de desgaste devem ser feitas com frequência.

4. Treine os motoristas

A forma como o veículo é conduzido faz toda a diferença. Freadas bruscas, acelerações fortes e curvas em alta velocidade causam pneu desgastado por condução desportiva, diminuindo a durabilidade e aumentando os riscos na estrada.

Agora que você conhece os principais tipos de desgaste e como evitá-los, é hora de transformar isso em rotina. Para te ajudar a monitorar, organizar e tomar decisões mais assertivas, baixe a planilha gratuita de controle de pneus da Prolog.

Autor

Diego Paludo

Especialista em pneus, com mais de 27 anos de experiência no setor, e hoje ministra treinamentos, palestras e consultorias. Além disso, conduz eventos em todo o Brasil, mostrando como as empresas podem alavancar os resultados através de uma gestão de pneus econômica e eficiente.

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