Caso você ainda esteja em dúvida, existe, sim, um grande impacto da crise hídrica no transporte de cargas.
Para resumir: a falta de água afeta o transporte hidroviário de um alto volume de cargas, em sua maioria, agrícolas.
Ao mesmo tempo em que isso encarece os produtos, é preciso encontrar alternativas para que não ocorra a falta de abastecimento nas diversas regiões do país. Nesse momento, começamos a falar do transporte rodoviário de cargas.
Primeiro, vamos esclarecer melhor:
O que é a crise hídrica?
Ela é definida pela falta de abastecimento de água para uso humano nas cidades — causada pela falta de chuvas. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), estamos enfrentando hoje a pior crise hídrica dos últimos 91 anos.
Além da falta de água, a crise afeta (e encarece) diversos setores de nossas vidas: a produção de produtos agrícolas, e energia elétrica, a inflação e os custos da indústria.
Alguns especialistas afirmam que a economia continuará sofrendo os impactos no próximo ano também.
Como o transporte hidroviário no Brasil é afetado?
A falta de chuvas e seca dos rios afeta a navegação dos navios transportadores. Não apenas em território brasileiro, mas em países vizinhos também — Argentina e Paraguai, principalmente.
Embora, naturalmente, exista um período de seca anual, os canais fluviais estão secando antes do previsto em 2021.
E, mesmo que já tenham acontecido diversos momentos de interromper operações de transporte hidroviário, como em 2014, na sub-bacia do Tietê-Paraná, a situação hoje é ainda mais preocupante.
Já são diversos pontos onde a água está abaixo do nível necessário para navegação. Por esse motivo, está acontecendo o aumento do transporte rodoviário no Brasil.
Como entra o transporte rodoviário de cargas na equação?
Como os produtos não podem ser transportados pelas águas, o jeito é transportar pelas estradas.
Embora seja uma das melhores alternativas para o Brasil, há a preocupação do encarecimento de todos os produtos nos mercados, desde o café até os cosméticos.
O problema: a capacidade dos caminhões é muito menor e os custos com esse tipo de transporte são bastante altos.
Uma barcaça que carrega 1500 toneladas equivale a 60 carretas de capacidade para 25 toneladas — veículos de tamanho médio.
Falando em custos, o transporte hidroviário é cerca de 70% mais barato do que o rodoviário. Isso porque não há pedágios, os danos aos veículos são mínimos e o consumo de combustível é menor.
Além de tudo isso, a questão da segurança no trânsito torna-se um ponto de atenção, por conta de uma provável superlotação de caminhões na estrada e aumento de acidentes.
O que fazer para baratear os custos do transporte rodoviário?
Enquanto a crise hídrica é inevitável, é possível e viável ter práticas na frota de caminhões para evitar que os preços se tornem exorbitantes.
Algumas práticas favoráveis para isso são:
- mapeamento de custos fixos, variáveis e defasados;
- identificação de oportunidades para eliminar ou reduzir custos, assim como encontrar investimentos que gerem um bom ROI para a empresa;
- programação da manutenção preventiva dos veículos;
- roteirização inteligente de entregas;
- controle de estoque e distribuição de cargas adequada;
- treinamento de equipe e motoristas;
- aquisição de veículos modernos, eficientes e com capacidade adequada;
- automatização dos processos da sua operação de transporte;
- gestão de multas;
- acompanhamento e monitoramento de transporte.
Realmente, não há como chegar num custo tão baixo quanto o do transporte hidroviário. Mas, seguindo as boas práticas e investindo nos recursos certos, o transporte rodoviário é uma alternativa durante a crise hídrica.