Como preparar os motoristas da frota para lidar com o sono ao volante

A jornada do motorista pode ser difícil e saber lidar com o sono ao volante é um fator crucial. Conheça mais sobre o assunto.

Driblar o sono é uma tarefa complicada, mas, para assumir o controle de um veículo da frota, deve-se tomar todas as medidas necessárias para evitar o sono ao volante.

Como motorista profissional e, ainda mais, para aqueles que são mais experientes, boas horas de sono são indispensáveis para uma rotina saudável e que garanta a segurança no transporte.

Mesmo tendo essa consciência, às vezes precisam encarar viagens mais desafiadoras e acabam se desgastando. Por isso, motorista e gestor devem conhecer mais sobre as causas e soluções para o sono ao volante, evitando riscos desnecessários. 

Veja a seguir:

O que causa sono ao volante

Além da privação de sono, quando o motorista está há muitas horas sem dormir, há outros motivos que levam ao cansaço e sonolência na hora de dirigir.

Medicamentos, estresse, doenças, refeições pesadas e temperaturas extremas são motivos comuns que deixam uma pessoa com sono — não apenas no volante, mas em qualquer situação.

Quando falamos mais diretamente sobre a condução de um veículo, as viagens longas podem ser monótonas e dar sono após muito tempo na estrada.

O que o motorista deve fazer em caso de sono ao volante

Quando o motorista estiver se sentindo cansado, ele deve, obrigatoriamente, parar o veículo em um local seguro e descansar.

Além disso, para evitar a fadiga na condução, o motorista precisa:

Reconhecer os sintomas do sono

Dentre estes, estão os bocejos frequentes, olhos pesados e dificuldade de concentração em suas atividades. 

Ao começarem esses sintomas, o motorista pode perder o controle do veículo, trocando de pistas sem sinalização, não notando placas de trânsito importantes e demorando a reagir às movimentações na estrada.

Por isso, o motorista precisa parar o veículo quando começar a sentir esses sinais. Nesse momento, ele deve acionar o seu gestor, comunicando a situação e solicitando um direcionamento sobre o que fazer. 

Caso já tenha algum tipo de protocolo e/ou permissão consentida para descansar, busque um local apropriado e pare pelo tempo permitido.

Para evitar o excesso de sono ao volante, é preciso tomar algumas medidas.

Descansar bem

A solução mais clara para evitar a fadiga e sono ao volante é descansar bem todos os dias. 

Os motoristas precisam também se preparar conforme as rotas e viagens planejadas. Como isso é sempre realizado com antecedência, eles sabem quantas horas precisarão enfrentar em sua viagem e quanto precisam partir para a rota.

Dessa forma, podem se organizar para descansar o tempo apropriado antes de assumir a direção.

Evitar a ingestão de remédios antes de dirigir

Diversos remédios provocam sonolência ou outros sintomas, como enjoo. Por isso, se o motorista precisar ingerir alguma medicação, certifique-se de que seja em horários distantes dos momentos em que ele irá assumir a direção dos veículos.

Em alguns casos, o motorista opta por consumir remédios estimulantes para ficar mais tempo acordado e chegar em seu destino sem precisar parar na estrada. 

Porém, o uso desses remédios, principalmente se for contínuo, pode gerar dores de cabeça e musculares, alergias, e até visão dupla. Ou seja, não devem ser consumidos.

Quando forem viagens longas, de muitas horas e até dias, o interessante é que você prepare dois motoristas para alternarem a direção. Assim, um consegue descansar enquanto o outro dirige e vice-versa.

Fazer refeições leves

O sono ao volante também acontece por conta de uma refeição muito pesada antes de assumir o controle do veículo, o que pode gerar sonolência, causada pela digestão desses alimentos, que acontece de forma mais lenta.

É preferível que os motoristas optem por refeições menos gordurosas e saladas, como forma de terem uma alimentação mais leve e saudável. 

Dessa forma, podem dirigir sem problemas após seu intervalo. 

O papel do gestor para evitar que os motoristas sintam sono ao volante

Embora seja o motorista quem está como responsável na direção, é importante que o gestor da frota reconheça e desempenhe o seu papel também. Este que é o de planejar as rotas e paradas do motorista, indicar as condutas apropriadas em trânsito e saber quantas horas o motorista pode dirigir.

Monitorar as rotas

Para identificar o sono ao volante e evitar que os motoristas durmam com o veículo em movimento, existem tecnologias como a câmera de fadiga e a vídeo telemetria.

Ambas são baseadas na instalação de câmeras no painel do veículo, as quais conseguem identificar os sinais do sono ao volante, emitindo um alerta sonoro para o motorista tomar as medidas necessárias. 

Além disso, também emite um alerta na central de monitoramento, para que o supervisor possa entrar em contato com o motorista indicando a melhor atitude a tomar nesse momento.

O diferencial da vídeo telemetria para uma simples câmera de fadiga é que ela funciona, como o nome indica, junto à telemetria. Isso é, rastreando outras informações do veículo também. 

Dentre elas: a velocidade média utilizada na rota, quantidade de paradas realizadas, tempo de cada parada, entre outros dados importantes.

Controlar a jornada de trabalho

Existem algumas especificações, tanto sobre as atividades do motorista quanto do gestor, na conhecida “Lei do Motorista”, de número 13.103. 

Uma delas é sobre a jornada de trabalho, indicando que o tempo máximo de condução em um veículo pesado de carga é de 5h30, sendo 30 minutos previstos para descanso. 

Também entra a parte de planejamento das rotas e paradas que o motorista pode fazer em seu caminho. 

O gestor deve considerar o tempo previsto de viagem e o tempo máximo que o motorista pode enfrentar na direção para definir qual intervalo será curto e qual será o momento de descanso maior — em caso de viagens que duram vários dias.

Além disso, deve ter meios de controlar essas horas trabalhadas, como um diário de bordo ou um sistema de monitoramento de frota, que auxilia no controle de motoristas.

Instruir os motoristas sobre como agir em caso de sono e fadiga na condução

Os treinamentos dos motoristas devem incluir também instruções e protocolos sobre como lidar e agir quando sentir sono ao volante. Até porque faz parte das práticas de uma direção defensiva dirigir com atenção e bem descansado.

A política de frotas, documento que reúne as atividades de cada colaborador e as responsabilidades e ética do trabalho que deve ser seguida, deve listar também os protocolos a serem seguidos em determinadas situações. Nesse caso, a de enfrentar o sono ao dirigir.

Conhecer a lei dos motoristas e suas especificações

A lei dos motoristas, de número 13.103 na legislação brasileira, indica algumas responsabilidades do motorista na frota e do gestor para controle de jornada deste, como citamos anteriormente.

Outros detalhes que o gestor precisa saber desta lei, incluem as regras sobre o tempo de intervalos para as refeições, tempo mínimo de repouso diário e o tempo de espera máxima em caso de conferência de carga e carregamento do veículo, por exemplo.

Ainda tem uma questão bem importante sobre a maneira como é feito o controle de jornada dos motoristas: a lei cita que ele deve ser confiável e autêntico. 

Portanto, você deve ter as ferramentas adequadas e necessárias para o controle de motoristas. A partir disso, é papel do motorista assumir a responsabilidade por fazer anotações corretas e ter a ética necessária em sua função.
Confira mais sobre quais são essas ferramentas.

Autor

Emerson Bastos

Formado em Administração de Empresas pela Univali e atua há 20 anos com transporte rodoviário de carga, frota, planejamento e controle, e finanças.

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