O que eu considero mais importante na hora de escolher pneus para a frota

Descubra os critérios mais importantes na hora de escolher pneus para a frota e como garantir desempenho, segurança e economia.
Saiba escolher os melhores pneus para sua frota.

Todo gestor de frotas deve saber como escolher pneus para as operações que comanda. No entanto, muitos gestores ainda enfrentam dificuldades para encontrar o modelo com melhor custo benefício para cada tipo de veículo e operação.

Conhecer as diferenças entre os tipos de pneus se torna indispensável na hora da compra, tanto para selecionar um modelo mais adequado às vias urbanas ou às viagens de longa distância, e até mesmo saber qual é a aderência mais adequada para cada rota.

Pensando nisso, trouxemos dez critérios que você deve considerar ao escolher pneus para a sua frota:

Como escolher pneus para a frota? Critérios de avaliação

1. Data de fabricação: o que observar?

Pode parecer detalhe, mas a data de fabricação do pneu é um fator que você deve levar em conta. Pneus têm uma vida útil aproximada de cerca de 5 anos a partir de sua fabricação, independentemente de estarem em uso ou não.

Isso porque, a partir deste tempo, os materiais, como a borracha utilizada, podem começar a perder qualidade e passar por um processo de degradação.

Pneus armazenados por longos períodos podem sofrer desgaste mesmo sem serem utilizados. Então, por mais que o pneu e todos os materiais da sua composição sejam resistentes e duráveis, a melhor opção é saber quando ele foi fabricado. 

Assim, você evita comprar um pneu que já está em estoque há muito tempo.

Portanto, ao escolher pneus, verifique a data de fabricação na lateral da peça e evite adquirir pneus fabricados há mais de um ano, pois eles podem já estar comprometidos, mesmo se nunca tiverem rodado.

2. Classificação do pneu: qual é a categoria certa para o seu veículo?

Cada pneu possui uma classificação específica de acordo com o tipo de veículo. Saber como escolher pneus para caminhões significa estar atento a essas classificações.

Na lateral dos pneus existe um código, onde o primeiro item é uma letra. As 4 letras que você pode encontrar escritas representam uma categoria de veículos:

  • P: Indica que o pneu é para carros de passeio.
  • LT: Significa que o pneu é para caminhões leves e carros esportivos e grandes.
  • ST: São pneus indicados para reboques e motor-homes.
  • C: Esses pneus são utilizados em caminhões, vans e pick-ups de grande porte.

É importante que você conheça essa classificação para garantir que está utilizando o pneu correto para cada veículo da frota, evitando desgaste excessivo e problemas de desempenho.

3. Escolha de pneus pelo tipo de rota percorrida

O tipo de rota deve ser um dos primeiros fatores a serem considerados na hora de escolher pneus para a frota de caminhões. As condições da estrada influenciam diretamente no desgaste e na performance do pneu.

Aqui não tem segredo:

  • Pneus rodoviários: para médias e longas distâncias, com boa resistência ao calor e desgaste.
  • Pneus urbanos: ideal para distâncias curtas e trajetos urbanos, que exigem maior durabilidade.
  • Pneus mistos: adequados tanto para estradas pavimentadas quanto de terra.
  • Pneus para veículos leves: indicados para caminhões pequenos, vans e micro-ônibus.

Unindo essas informações aos tipos de banda de rodagem, você consegue determinar quais pneus devem ser comprados na frota, visando tanto otimizar a performance do pneu, como também reduzir os custos operacionais.

4. Índice de carga e velocidade: você está atento a esses detalhes?

Caminhões transportam grandes cargas, e por isso, é essencial saber como escolher pneus com o índice de carga correto. Essa informação, presente na lateral dos pneus, ajuda a garantir que o pneu escolhido pode suportar a carga que o caminhão transporta, evitando desgastes prematuros.

Como diferentes pneus suportam diferentes cargas, você deve conhecer a tabela do índice de carga dos pneus:

Conheça todos os níveis de carga suportada de cada tipo de pneu.
Entenda qual a carga máxima suportada analisando a lateral do pneu e esta tabela.

O mesmo serve para a velocidade que, na lateral do pneu, é representada por uma letra. Para identificar o seu valor em km/h, também usamos uma tabela:

Entenda a velocidade máxima que o pneu pode rodar.
Verifique a lateral do pneu e interprete a letra para saber a sua velocidade máxima de rolagem.

Observação: o limite de velocidade dos pneus não possui relação com o limite das rodovias, portanto, os motoristas devem prestar atenção e respeitar os limites de cada rota.

5. Tração e resistência ao rolamento

A tração do pneu determina sua aderência ao solo, o que é fundamental ao escolher pneus para caminhões de longa distância ou para condições adversas de rodagem. 

Pneus com boa tração oferecem mais segurança, principalmente em pistas molhadas. Já a resistência ao rolamento influencia diretamente no consumo de combustível.

Esse dado é localizado na etiqueta do INMETRO nos pneus novos e possui as informações de resistência de rolamento e aderência em pistas molhadas.

A resistência do rolamento é classificada de A até F, quanto mais próximo do A, melhor sua eficiência energética e menor o consumo de combustível.

Já a aderência em pistas molhadas, é representada na etiqueta pelas letras que vão de A até E, mais uma vez sendo “A” o mais aderente.

Pneus com menor resistência ao rolamento são mais eficientes energeticamente, o que pode gerar economia no longo prazo. Ao escolher pneus para a frota, busque sempre modelos com a melhor combinação de tração e eficiência energética.

6. Banda de rodagem: qual o tipo ideal para sua operação?

A banda de rodagem é responsável pela tração e pela dispersão de água, garantindo a segurança e o desempenho em diferentes condições de estrada. Existem diversos tipos de banda de rodagem, como:

  • Direcional ou unidirecional: possuem flechas na borracha que apontam a direção correta de montagem do pneu. Esse tipo de banda gera maior estabilidade no veículo, principalmente em curvas, e melhor desempenho para viagens em alta velocidade.
  • Bidirecional: os desenhos dos sulcos desses pneus apontam para duas direções diferentes, com o objetivo de gerar mais tração com o solo.
  • Simétrica: os desenhos são idênticos em ambos os lados do pneu nesta banda de rodagem e é o modelo mais utilizado nos veículos, pois traz equilíbrio e desempenho satisfatório.
  • Assimétrica: esse modelo de banda de rodagem é mais largo que as demais opções, e em sua estrutura os desenhos da borracha são alternados para todos os lados. É um pneu potente quanto a aderência, mas de vida útil mais curta, já que seu desgaste costuma ser irregular.
  • Off-road: esse tipo de pneu é focado em veículos que enfrentam estradas com barro, lama e detritos. Para isso, seus sulcos são mais profundos.

A banda de rodagem também está diretamente relacionada à profundidade dos sulcos do pneu, que nos leva ao próximo tópico.

7. Profundidade dos sulcos e índice TWI: evite rodar com pneus carecas

Os sulcos são os desenhos padronizados, presentes na banda de rodagem. Quanto mais profundo for, geralmente maior sua resistência ao solo é o pneu.

O mais comum é que os caminhões utilizem pneus de sulcos em uma profundidade média, entre 10 e 20 mm, quando novos. Alguns podem atingir até 23,5 mm para poder reduzir os danos à borracha e serem ainda mais resistentes.

Veículos que percorrem distâncias maiores, com eixos livres ou direcionais, podem apresentar pneus com uma média de 14 mm de altura do sulco.

A profundidade dos sulcos ainda indica o nível de desgaste do pneu e, segundo a legislação brasileira, o limite mínimo de profundidade é de 1,6 mm, abaixo disso o pneu deve ser substituído.

Isso porque, essa é a medida que indica que um pneu está prestes a ficar “careca” e perder totalmente sua aderência ao solo. Mesmo que esse valor seja obrigatório, fica a nossa indicação: não rode com um pneu com sulco inferior a 3 mm.

Essa medida é ideal para você conseguir remover o pneu de operação e realizar um processo de recapagem para utilizá-lo por mais tempo em operações.

Os pneus mais modernos vêm equipados com o TWI (Tread Wear Indicator), que é uma marcação na banda de rodagem indicando quando o pneu chegou ao seu limite de desgaste.

Porém, existem outras formas de medir a sua profundidade, como o aferidor eletrônico. Ele é um tipo de aparelho que indica quantos milímetros de sulco o pneu ainda possui diretamente dentro do sistema de gestão.

Através dessas medições, os dados inseridos no sistema, junto de outras informações, como seu custo de aquisição, tempo de vida e veículo em que está instalado, também são analisados a fim de entender qual foi o desempenho do pneu durante sua vida útil. 

Dessa forma, entregando a informação mais valiosa que fez você chegar até aqui: o pneu que tem o melhor custo-benefício para a sua operação de transportes.

8. Impacto da escolha dos pneus no consumo de combustível

A escolha dos pneus influencia diretamente o consumo de combustível da sua frota. Pneus com baixa resistência ao rolamento, por exemplo, são projetados para reduzir a quantidade de energia necessária para mover o veículo, diminuindo o atrito com a estrada e, consequentemente, economizando combustível.

Pneus de baixa resistência ao rolamento têm compostos de borracha mais rígidos e designs que minimizam a deformação durante o uso, o que reduz o esforço necessário para manter o caminhão em movimento.

E como um bônus, pneus com baixa resistência ao rolamento também contribuem para a sustentabilidade da operação, já que menos combustível significa menos emissões de carbono.

Ao escolher pneus para a frota, considere optar por modelos que tenham boas classificações de resistência ao rolamento, sem comprometer a aderência e a segurança.

9. Clima e condições de estrada: como isso afeta a escolha dos pneus

O clima e as condições das estradas desempenham um papel fundamental na escolha dos pneus adequados para sua frota. Operações em climas chuvosos, em estradas de barro ou em regiões de calor extremo exigem pneus específicos que ofereçam maior segurança e durabilidade.

Para rotas que passam por regiões com chuvas frequentes, é essencial escolher pneus com boa aderência em pistas molhadas, pois isso melhora a frenagem e a estabilidade do veículo, reduzindo o risco de acidentes.

Se a frota opera em áreas rurais ou em estradas não pavimentadas, pneus com bandas de rodagem off-road e sulcos mais profundos são mais adequados, pois oferecem melhor tração e resistência a danos causados por pedras e lama.

Em regiões de calor extremo, os pneus devem ter maior resistência ao calor para evitar o desgaste acelerado e problemas de performance.

Ao planejar a compra de pneus para sua frota, considere as condições climáticas e o tipo de terreno mais comum nas rotas percorridas, garantindo a escolha dos pneus ideais para cada cenário.

10. Custo benefício a longo prazo: economia ou segurança?

Na hora de escolher pneus para a frota, muitos gestores focam apenas no preço de compra, mas é crucial considerar também os custos a longo prazo e os benefícios em termos de segurança e desempenho.

Pneus mais baratos podem parecer uma solução econômica, mas geralmente têm menor durabilidade e podem exigir trocas mais frequentes, além de não oferecerem o mesmo nível de segurança. Já pneus de maior qualidade tendem a durar mais e a proporcionar melhor desempenho, reduzindo os custos operacionais a longo prazo.

Ao comparar pneus, avalie não só o preço de compra, mas também a durabilidade, o desempenho em diferentes condições de estrada e os custos com consumo de combustível e manutenção.

Esse também é um dos aspectos que reforça a importância de acompanhar os dados de cada tipo e modelo de pneu. Ao longo do tempo, você conseguirá reunir informações suficientes para entender quais performam melhor diante das condições que a sua operação enfrenta.

Como convencer a diretoria a comprar os melhores pneus?

Convencer a diretoria a investir nos melhores pneus para a frota exige um equilíbrio entre a apresentação de dados técnicos e a habilidade de traduzir esses números em resultados práticos e financeiros. 

Um dos primeiros passos é reunir informações claras e objetivas sobre a performance dos pneus, focando no custo por quilômetro rodado e no custo por hora trabalhada. Esses números devem estar bem embasados em comparações entre diferentes modelos e marcas, testados em condições semelhantes para garantir uma análise justa e imparcial.

Apresentar esses dados com clareza permite que os gestores de compras, que normalmente estão mais focados na redução de custos, vejam os benefícios de optar por pneus de melhor qualidade.

Além dos custos diretos, é crucial destacar o impacto de fatores como índice de recapabilidade, índice de avaria e índice de perda por avaria.

Esses KPIs fornecem uma visão do desempenho dos pneus ao longo do tempo, permitindo que a diretoria entenda que pneus de maior qualidade podem gerar economias por meio de maior durabilidade e menor frequência de trocas.

Outra abordagem estratégica é destacar como a recapagem de pneus pode ser uma alternativa econômica viável, comparando o custo de recapagem com o de pneus novos. Quando bem gerenciada, a recapagem pode prolongar a vida útil dos pneus, mantendo a qualidade e diminuindo o impacto financeiro na operação da frota.

Para se preparar adequadamente para uma reunião com a diretoria, o controlador de pneus deve estar apto a comunicar claramente os seus achados e mostrar que domina o tema, embasando todos os seus argumentos nos dados encontrados.

Durante a apresentação, é essencial lembrar que quem toma a decisão de compra geralmente não está diretamente envolvido na operação da frota, por isso o foco também pode ser direcionado ao custo total de propriedade (TCO) dos pneus.

Esse conceito ajuda a esclarecer que o investimento em pneus de qualidade resulta em economias no longo prazo, não apenas na aquisição inicial, mas também nos custos operacionais e de manutenção.

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Autor

Jean Zart

Co-fundador e CEO da Prolog, possui mais de 10 anos de experiência no mundo do transporte e logística, tendo atuado nas áreas de análise de gestão e processos. Desde 2016, se dedica à Prolog, motivado a gerar inovação e otimização na gestão de frotas.

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