Principais indicadores de manutenção de frotas

Confira quais são os principais indicadores de manutenção para medir os resultados financeiros, tempo gasto e desempenho dos veículos da frota.
Conheça os principais indicadores de manutenção para a sua frota.

Os indicadores de manutenção servem para acompanhar como está o funcionamento e desempenho deste setor, e nortear as decisões estratégicas da transportadora.

Afinal, a partir do acompanhamento deles, é possível criar metas com maior garantia de serem atingidas.

Com o uso dos números coletados durante os encaminhamentos e manutenções, é possível ao gestor realizar cálculos que preveem o tempo e prazo de consertos. Dessa forma, você consegue definir novos processos e encontrar diferentes ferramentas para otimizar o setor.

Porém, para realizar essas análises e ter o controle de manutenção de frotas, é fundamental conhecer os principais indicadores do setor. Por isso, vamos apresentar:

Principais indicadores de manutenção de frotas

Tempo Médio Entre Falhas (MTBF)

O MTBF, da sigla em inglês Mean Time Between Failures, é um indicador responsável por demonstrar, de modo geral, como a manutenção está sendo administrada pela empresa.

Os seus números indicam o tempo médio entre cada falha do veículo através da fórmula:

Fórmula tempo médio entre falhas.
Fórmula do tempo médio entre falhas.

Por exemplo, durante determinado período, o caminhão teve:

  • Viagem 1: 140 horas;
  • Viagem 2: 120 horas;
  • Viagem 3: 200 horas.

 

Parando para manutenção corretiva entre as viagens 1 e 3, depois entre a viagem 2 e 3. Ou seja, 2 vezes no total. Nessas condições, o cálculo do MTBF é:

Tempo médio entre falhas.
Exemplo de cálculo MTBF.

Conforme você obter os resultados desse cálculo para cada veículo ou mesmo cada componente do veículo, você também consegue planejar melhor qual a frequência em que a inspeção dele deve acontecer.

Esta deve ser 70% do tempo médio de falhas. Ou seja, nesse caso em que o caminhão roda uma média de 230 horas até necessitar de uma correção, você pode fazer a conta: 230 x 0,7.

O resultado, 161 horas, é o tempo que você pode considerar para aplicação de uma rotina de manutenção preventiva, realizando a inspeção completa do veículo e prevenindo falhas antes que estas ocorram. Assim, você atinge o objetivo de redução de custos na frota.

Inclusive, este indicador também é uma das etapas para entender a confiabilidade dos veículos da frota — cujo cálculo você vai conferir a seguir também.

Tempo Médio para Reparo (MTTR)

Dos indicadores de manutenção, este é o utilizado em equipamentos e veículos que possuem a possibilidade de serem reparados. Isto porque seus números apresentam o tempo médio que leva o reparo de um componente do caminhão com falha.

É legal que esses números sejam baixos, mas não se deve estabelecer nenhum tipo de meta com valor para este indicador. O importante é realizar um bom conserto, levando o tempo necessário para que este aconteça com atenção e qualidade. 

A fórmula é:

Tempo médio para reparo.
Fórmula para o MTTR de veículos para a frota.

Distribuição de atividade por tipo de manutenção

Com esse indicador é possível descobrir, através de gráficos, qual o percentual de cada tipo de manutenção que está sendo aplicada.

Idealmente, a manutenção corretiva deve ser equivalente até 25% dos custos totais, enquanto a preventiva e a preditiva ficam, em média, entre 30% a 50% cada. Mas, esses números variam muito de acordo com os veículos utilizados pela transportadora e pelo modelo de gestão implementado.

Disponibilidade dos ativos

Esse cálculo busca otimizar e elevar a confiabilidade dos ativos, promovendo o conhecimento de componentes que merecem prioridade de manutenção quando apresentam falhas.

Para calcular, são utilizados dois dos indicadores de manutenção que apresentamos acima, sendo essencial os conhecer e fazer uso contínuo de todos.

A fórmula para ele é:

Fórmula para calcular disponibilidade dos ativos da frota.

Confiabilidade dos ativos

O indicador de confiabilidade calcula as chances de um veículo, componente, equipamento, sistema ou máquina realizar a sua função de forma específica e ideal durante um determinado intervalo de tempo.

É importante lembrar que esse valor é apenas uma probabilidade, não um resultado exato. 

Seu cálculo é feito em três etapas:

Cálculo de confiabilidade operacional.
Etapas do cálculo de confiabilidade dos veículos da frota.

Custo de manutenção e faturamento (CMF)

Esse é, certamente, o cálculo mais conhecido da gestão de manutenção. Ele é que auxilia na visualização financeira, analisando o total de gastos com o faturamento bruto da transportadora.

O resultado médio, no Brasil, para esse indicador é de 3,56%, sendo essa porcentagem referente ao valor investido em manutenções gerais (preventiva e corretiva).

Para calcular:

Custo de manutenção e faturamento.
Cálculo do custo de manutenção sobre faturamento.

Custo de manutenção sobre valor de reposição (ERV ou CPMV)

O ERV é o Valor Estimado de Troca, sua sigla significa Estimated Replace Value. Ele é calculado juntamente do Custo Total de Manutenção. Assim, comparando o valor de uma manutenção com a compra de um novo veículo.

É um cálculo que serve, principalmente, para equiparar quando manutenções são de alto custo, ajudando a descobrir o que vale financeiramente mais a pena para a transportadora.

A fórmula é simples:

Custo de manutenção.
Fórmula para calcular CPMR da frota.

Caso o resultado seja superior a 2,5%, significa que já se tornou mais vantajoso adquirir um novo veículo para a frota, ao invés de ter mais gastos com novas manutenções.

Diferença entre os indicadores estratégicos, táticos e operacionais

Os três tipos de indicadores de manutenção possuem funções diferentes. Contudo, quando unidos, se complementam em tudo que você precisa avaliar para o crescimento da transportadora:

Indicadores estratégicos

As metas e números dos indicadores estratégicos são baseados nos valores e na visão da empresa, sendo definidos através de ferramentas como a análise SWOT (forças e fraquezas internas da empresa, oportunidades e ameaças externas do negócio). 

Dessa forma, você pode percebê-los como voltados mais para a empresa do que para o setor de manutenção, tendo como informações de análise:

  • Reclamações de clientes; 
  • Elogios de clientes; 
  • Análise de concorrentes; 
  • Análise do panorama geral político e econômico; 
  • Pesquisas internas e externas no geral.

 

Indicadores táticos

A coleta dos indicadores táticos deve ser realizada pelo coordenador ou gestor de frotas, já que essas informações focam no desenvolvimento de serviços presentes na rotina de trabalho.

Nesse caso, as pesquisas são mais focadas no dia a dia da operação, facilitando as melhorias internas. Por exemplo, permitindo o aperfeiçoamento de rotas e compra de itens tecnológicos, que geram economia de tempo e aumento da segurança.

Entre os dados a serem coletados e analisados, podemos citar:

  • Pontualidade e assiduidade;
  • Percentual de atendimentos das ordens de serviço;
  • Tempo médio de atendimento;
  • Preenchimento padronizado de checklists e ordens de serviço;
  • Entre outros.

 

Indicadores operacionais

Os indicadores operacionais envolvem o histórico de inspeções dos veículos.

Um exemplo para isto são os dados de quais peças de um determinado veículo já foram substituídas, quantas vezes isso ocorreu, qual a durabilidade desta peça, etc.

Tudo isso gera um conhecimento à gestão que permite definir ações de padronização e economia na rotina da operação.

Como coletar dados para analisar esses indicadores de desempenho

Embora existam também alternativas mais acessíveis, financeiramente falando, como as listas de papel, preenchidas a mão, um sistema de gestão é indispensável para ter acesso rápido e fácil aos dados da frota.

Com uma dessas tecnologias logísticas, você consegue:

  • Realizar checklists eletrônicos personalizados com envio direto para a central de frotas;
  • Ter a abertura automática de Ordens de Serviço;
  • Fazer uso intuitivo e ágil de tecnologia, mesmo sem internet;
  • Avaliar os itens com maior quantidade de ocorrências;
  • Visualizar o tempo médio de resolução de Ordens de Serviços;
  • Analisar a produtividade média dos mecânicos;
  • Agilizar atendimentos e preenchimento de relatórios;
  • Fazer a gestão do caminhão em rota de entrega em tempo real;
  • E muito mais.

 

Ferramentas, como o sistema de gestão de manutenção e o Checklist Eletrônico, disponibilizam insights a qualquer momento, auxiliando na avaliação e acesso aos dados da frota. 

Algo que é importante, visto que esses dados são fundamentais para planejamentos que visam o crescimento da transportadora.

Como fazer a análise dos indicadores de manutenção

A partir dos registros numéricos, você cria relatórios e gráficos para realizar comparações entre semanas, meses e anos anteriores. Podendo, assim, avaliar a diferença entre diferentes marcas e modelos veiculares.

Inclusive, alguns sistemas criam essas comparações automaticamente, visando a produtividade da operação.

Depois, mapeando os principais problemas, você observa o que está dentro do esperado e o que precisa de uma nova avaliação de performance.

Em alguns casos, quando encontrar números muito fora do padrão, vale revisar se o método de coleta de dados para os indicadores de manutenção está sendo efetivo. Afinal, você pode estar com resultados negativos por apresentar alguma falha no processo de coleta.

Nesse momento, é importante que toda a equipe reconheça o valor dos indicadores de desempenho e qual a função deles dentro da empresa.

No geral, é fundamental que os indicadores sejam funcionais. 

Para isso, é necessário um objetivo final, como gerar mais economia na rotina da operação ou segurança na frota. Assim, os indicadores se tornam úteis na busca de soluções para a sua gestão.


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Confira o conteúdo em vídeo:

Autor

Luiz Felipe

Co-fundador e CTO da Prolog, desde 2016 se dedica à Prolog, onde além da tecnologia, já colocou um pé no marketing e nas vendas, constantemente buscando novos conhecimentos para trazer excelência à Prolog e seu time.

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