Você conhece todas as partes do pneu e quais são as informações técnicas gravadas nele? Pode parecer rotineiro, mas todos esses dados não estão ali por acaso — eles ajudam a identificar desgastes, programar manutenções preventivas e tomar decisões mais assertivas sobre uso ou substituição dos pneus da frota.
A própria carcaça do pneu traz tudo o que você precisa saber: largura em milímetros, proporção entre altura e largura, tipo de construção, diâmetro da roda, índices de carga e velocidade, além da data de fabricação. Saber interpretar cada item pode evitar erros comuns e garantir o melhor desempenho do pneu ao longo da operação.
Neste conteúdo, você vai entender tudo isso. Confira os tópicos:
- Quais são as partes de um pneu?
- Informações técnicas do pneu
Continue a leitura e veja como aplicar essas informações de forma estratégica na gestão da sua frota.
Quais são as partes de um pneu?

Conhecer as partes do pneu é importante para entender seu comportamento na estrada, identificar desgastes, aplicar manutenções com mais precisão, além de saber o momento certo de enviá-lo para recapagem ou substituí-lo por um novo.
Abaixo, você confere os principais componentes de um pneu.
Banda de rodagem
A parte da rodagem do pneu, também chamada de banda de rodagem, é o único componente do pneu que realmente fica em contato com o solo. Por isso, ela deve ser resistente a impactos e variações climáticas. E para resistir ao desgaste constante, ela é formada por quatro elementos principais: sulcos, barras, ombros e ranhuras — cada um com funções e características próprias.
1. Sulcos:
Os sulcos do pneu cortam a banda de rodagem no sentido longitudinal e/ou transversal. Eles são responsáveis por escoar água, evitar derrapagens e ajudar no resfriamento do pneu. Além disso, eles reduzem o ruído e influenciam diretamente na aderência, tanto em pista seca quanto molhada. Também é entre os sulcos que ficam os TWIs (indicadores de desgaste), que mostram o momento certo de substituir o pneu.
2. Ombro:
Os ombros funcionam como uma camada extra de borracha nas laterais do pneu. Eles suportam a carga e ajudam na transferência de força e peso durante as curvas, garantindo mais estabilidade ao veículo. Além disso, os ombros costumam ser a parte que mais sofre desgaste, devido aos impactos e esforços constantes. Por isso, é importante observar essa área com atenção, já que consertos nessa região não são recomendados, podendo comprometer a segurança.
3. Barras:
As barras ligam uma parte do pneu à outra e formam o desenho da banda de rodagem. Elas determinam o padrão de escoamento da água, influenciam diretamente na tração e no comportamento do pneu em diferentes condições. O tipo de barra também impacta o nível de ruído e até o consumo de combustível.
4. Ranhuras:
As ranhuras são sulcos menores e mais estreitos presentes entre as barras da banda de rodagem. Elas aumentam a flexibilidade da borracha e criam mais pontos de contato com o solo. Como resultado, melhoram a tração, reduzem o risco de deslizamento e favorecem uma frenagem mais eficiente, principalmente em pisos molhados.
Lateral ou costado
A lateral do pneu, também chamada de costado, é composta por uma borracha especial que equilibra resistência e flexibilidade. Mesmo sem tocar diretamente o solo, essa parte cumpre um papel importante: absorver os impactos causados pelas irregularidades da pista. Além disso, protege a carcaça contra danos externos.
Por isso, é importante evitar atrito com meio-fios, pedras ou outros obstáculos, já que qualquer dano nessa região pode comprometer toda a estrutura do pneu — inclusive sua recapabilidade.
Carcaça
A carcaça é a estrutura principal do pneu. Composta por materiais como poliéster, nylon ou aço, ela sustenta o peso do veículo, resiste à pressão e amortece impactos durante a rodagem.
É ela quem define os índices de carga e velocidade, influenciando diretamente o desempenho, a estabilidade e o conforto. De acordo com sua construção, a carcaça pode ser diagonal — mais flexível, ideal para terrenos irregulares — ou radial, que oferece maior estabilidade em altas velocidades e reduz o aquecimento do pneu.
Cintas estabilizadoras
Logo acima da carcaça, ficam as cintas estabilizadoras — também conhecidas como lonas. Elas são feitas de fios sobrepostos, geralmente de poliéster ou nylon, revestidos por borracha para garantir maior aderência às demais partes.
Sua função é estabilizar a banda de rodagem e proteger a carcaça contra perfurações e impactos. Existem dois tipos principais: as cintas têxteis, mais flexíveis e leves, e as metálicas, que oferecem maior rigidez e resistência.
Talões
O talão é a parte de ferro do pneu, formado por fios de aço revestidos de borracha. Ele entra em contato direto com a roda e garante que o pneu permaneça firme no aro, mesmo sob alta pressão.
Sua principal função é fixar o pneu na roda de forma segura, evitando o vazamento de ar e o detalonamento — quando o pneu se solta do aro. Um talão danificado pode comprometer toda a vedação e a segurança da rodagem.
Estanque ou liner
O liner, também chamado de estanque, funciona como uma barreira interna de borracha que impede a entrada de umidade na carcaça dos pneus radiais (sem câmara de ar). Essa camada também evita a perda gradual de ar comprimido, mantendo a pressão adequada por mais tempo.
Ou seja, o liner contribui diretamente para a durabilidade da carcaça e a eficiência da calibragem — dois fatores indispensáveis para o desempenho e segurança da frota.
Informações técnicas do pneu

Todo pneu já vem de fábrica com uma combinação de letras e números em sua lateral (costado) e você precisa entender o que cada um desses elementos significa para garantir segurança, desempenho e durabilidade desses ativos. Esses dados trazem informações técnicas importantes, como dimensões, tipo de construção e data de fabricação.
E se você quiser se aprofundar ainda mais em cada um dos tópicos a seguir, vale muito a pena conferir o Curso Desvendando a Gestão de Pneus, com o especialista técnico Diego Paludo. Os exemplos utilizados a seguir foram retirados do material didático exclusivo (e muito completo) do curso.
Data de fabricação
Na lateral do pneu, você encontra um código de quatro dígitos que indica quando ele foi fabricado, normalmente próximo à marcação “DOT” (Department of Transportation). Os quatro números representam a semana e o ano de produção do pneu. Se os números forem 0121, por exemplo, esse pneu foi fabricado na primeira semana de 2021.
Ao lado da inscrição “DOT”, também pode ser encontrada a série e lote em que o pneu foi fabricado.
Largura e altura
Você identifica a largura e a altura do pneu logo no início da numeração técnica. O primeiro número representa a largura da seção em milímetros, enquanto o número após a barra (“/”) indica a altura da seção como porcentagem da largura.
Por exemplo: na medida 295/80, o pneu tem 295 mm de largura e altura equivalente a 80% desse valor.
Radial ou diagonal
Em sequência, você pode notar a letra “R” ou a ausência dela. O “R” indica que o pneu é radial, enquanto a falta da letra aponta para uma construção diagonal. Esse detalhe mostra o tipo de alinhamento das cordas internas e influencia diretamente na resistência, aderência, conforto e desempenho em pista.
No exemplo anterior, o “R” em 295/80 R confirmaria que se trata de um pneu radial. Já se ele não aparecer, o pneu é diagonal.
Diâmetro
Ao lado da letra que indica a construção do pneu, você encontra um número que indica o diâmetro da roda, medido em polegadas. Esse valor representa o tamanho do aro no qual o pneu deve ser montado.
Ainda utilizando o exemplo anterior: 295/80 R 22.5.
Ou seja, o pneu tem 295 mm de largura, altura equivalente a 80% dessa largura, construção radial e diâmetro de 22.5 polegadas.
Índice de carga
Depois do diâmetro, você verá um número que representa o índice de carga. Esse código indica o peso máximo que cada pneu suporta quando está corretamente calibrado.
Por exemplo, no pneu 295/80 R 22.5 152/148, os números 152 e 148 representam os índices de carga para os pneus simples e duplos, respectivamente. Cada número corresponde a um valor específico de peso que o pneu suporta.
Para interpretar o valor, consulte a tabela de índice de carga abaixo — ela mostra a correspondência entre o número e a carga suportada em quilos.
Índice de velocidade
Por fim, depois do índice de carga, você encontra uma letra que indica o índice de velocidade do pneu. Essa letra mostra a velocidade máxima que o pneu pode suportar com segurança e deve ser consultada na tabela de índice de velocidade (logo abaixo).
Seguindo o exemplo 295/80 R 22.5 152/148 L, a letra “L” indica a velocidade máxima permitida para esse pneu, que conforme a tabela abaixo, é 120 km/h. Respeitar esse limite é fundamental para garantir segurança e durabilidade.
Marcação a fogo de pneus
Depois de adquirir o pneu para a frota, você deve incluir o número de identificação dele — a chamada marca de fogo. Alguns modelos já indicam na lateral onde fazer essa marcação, com a inscrição “Brand Tire Here” (“Marque o pneu aqui”).
Ao marcar cada pneu, você garante um controle muito mais eficiente da frota. Consegue identificar cada unidade, evitar extravios e tomar decisões mais precisas sobre rodízios, manutenções e recapagens.
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