Você pode até se perguntar: por que eu preciso identificar o limite de desgaste do pneu sendo que ele já está definido por lei?
Embora isso seja verdade, quando a banda de rodagem vai até o limite de 1,6 mm (Resolução n.º 558/80 do CONTRAN), é bastante provável que, na análise da carcaça, notem-se sinais de fadiga, levando à recusa de recape.
Por isso, em diversas operações que realizam a gestão de pneus, o limite utilizado costuma variar entre 2,6 e 3,0 mm. E o motivo é simples:
Ao tirar um pneu de uso quando ainda tem essa “sobra” de profundidade nos sulcos, as chances de recapar o ativo e aumentar sua durabilidade é maior.
Quais são os níveis limite de desgaste do pneu?
Baixo (ou leve)
O desgaste baixo é caracterizado por uma perda entre 0.1 mm e 0.9 mm de profundidade dos sulcos. Nesse caso, costuma ser considerado normal — o pneu segue um ritmo de desgaste natural.
Ou seja, não existem sinais de problemas relacionados aos pneus do caminhão.
É ainda importante seguir com um controle de aferições e registros para ter no histórico da frota, mas não é necessário buscar soluções corretivas.
Moderado
O desgaste moderado é considerado como a perda entre 1.0 mm até 2.0 mm. Pode ser preocupante, mas ainda não é um estado crítico — como você vai encontrar em seguida.
Ao notar que o pneu está neste nível de desgaste, você pode estar lidando com problemas de alinhamento e balanceamento, por exemplo. Uma outra possibilidade é que algumas determinações não estão seguidas, como respeitar o limite de carga do veículo.
Existe o caso também de o motorista estar dirigindo de maneira imprudente. Vale investigar os demais dados sobre o pneu com desgaste moderado, como a rota realizada, responsável pela condução, pressão dos pneus, e assim por diante.
Dessa forma, você consegue um panorama mais completo para entender os motivos de não estar em um ritmo regular de desgaste.
Inclusive, em alguns casos, você pode descobrir que este nível é o “normal”, pois a qualidade na produção dos pneus e o tipo de pneu utilizado em cada veículo e rota são fatores que influenciam no desgaste.
Nesses casos, a gestão de pneus contribui para que você compre pneus de melhor desempenho e durabilidade na frota.
Acentuado (ou crítico)
Quando o desgaste é acentuado, ou crítico, como o nome sugere, é o mais preocupante e significa que existe um problema claro, ainda que você possa não saber qual é. É classificado desta forma quando é uma perda de profundidade de 2.1 mm e acima.
Os motivos de um desgaste se tornar crítico podem incluir:
- Pressão incorreta na calibragem de pneus;
- Direção irresponsável do veículo;
- Uso dos pneus errados para a rota (pneus convencionais em estrada de chão, por exemplo);
- Falta de cuidados na rotina da operação, como a negligência de aferições.
Nesse último item, o desgaste pode até não ser tão grave, mas acaba sendo considerado assim porque o cronograma de aferições não está sendo cumprido.
Dessa forma, colocando um sinal de alerta não necessariamente para um problema no veículo ou nos pneus, mas na responsabilidade do gestor e responsável pelas inspeções de pneus.
Como identificar o limite de desgaste do pneu?
Você consegue identificar um limite de desgaste do pneu através de um controle mais próximo e preciso da pressão de calibragem e, principalmente, da profundidade dos sulcos.
Podemos trazer 3 fatores cruciais para que isso se torne mais fácil:
Aferição de pneus
A aferição, também conhecida como “inspeção de pneus”, acontece tanto de maneira manual quanto digital.
No primeiro caso, usa-se um aferidor simples e o inspetor deve fazer a leitura conforme instrução de uso da ferramenta. É vantajoso para realizar uma gestão de pneus, mas tem seus pontos negativos.
Dentre eles, a demora para aferir todos os pneus de um veículo, um aumento de erros na leitura e o retrabalho manual de preencher os dados em uma planilha de controle após finalizada a inspeção.
Todos esses problemas são solucionados pelo aferidor eletrônico (ou digital), que realiza uma leitura automática e de extrema precisão.
Dependendo da solução adquirida para a frota, os dados podem ser recebidos de diferentes maneiras, mas, mais comumente, eles são enviados diretamente ao sistema via bluetooth — como acontece com o Prolog App.
Importante:
A aferição, por si só, não vai lhe ajudar se você não fizer, também, o controle das informações geradas. Isto é, você precisa ou de uma planilha ou de um sistema que armazene esses dados, possibilitando uma comparação e análise deles ao longo do tempo.
Análise de histórico
Tendo isso em mente, o histórico de dados é crucial para uma operação de transportes. É apenas por meio dele que planejamentos e tomadas de decisões são feitos com maior precisão e trazem, efetivamente, resultados positivos.
Na planilha, o histórico pode ser perdido mais facilmente ou não ser de fácil acesso para toda a equipe. Portanto, se este é o método utilizado pela gestão da sua frota, você deve garantir que as principais informações sejam incluídas, de maneira clara, em relatórios mais acessíveis.
Inclusive, esse é outro ponto: seus relatórios e análises serão todos realizados manualmente. Algo que, com um sistema tecnológico, você não enfrenta.
Afinal, relatórios já são gerados automaticamente, sendo de sua responsabilidade apenas a análise das informações, identificando o que faz ou não sentido para a sua frota e tomando decisões pertinentes.
Se o relatório de nível de desgaste do pneu indica que está ocorrendo um desgaste acentuado, você já recebe também algumas sugestões de causas e prováveis soluções.
Com tudo isso em mãos e de fácil acesso, fica mais simples descobrir o limite de desgaste do pneu. Como uma alternativa para registrar e aumentar ainda mais o controle de pneus da sua operação, você pode ainda criar uma:
Tabela de profundidade dos sulcos
Geralmente, a tabela de profundidade dos sulcos é utilizada para determinar o nível apropriado de sulcos e o limite de desgaste do pneu.
Porém, cada tabela serve para apenas um determinado modelo de pneu e rota percorrida, já que são fatores que afetam os resultados da performance.
Inclusive, você deve já ter dados da média em que os seus pneus sofrem desgastes e qual a quilometragem média que percorrem.
Ou seja, usando dados concretos que realmente a tornam útil na operação para identificar quando um está chegando ao limite de desgaste do pneu e ele deve ser enviado à análise para recapagem.
Tudo o que você leu até aqui pode trazer uma percepção de que a rotina será complicada e demorada, mas nós temos a solução para a sua produtividade, além de proporcionar economia e segurança na tomada de decisões:
A gestão de pneus Prolog App — conheça, em detalhes, o que é e como funciona.