Imagine o seguinte cenário: a sua operação precisa transportar uma carga urgente, mas ao conferir os dados, você percebe que ela excede a capacidade do caminhão disponível. O resultado? A entrega atrasa, o cliente fica insatisfeito e os custos da operação aumentam — seja pela necessidade de redirecionar veículos, solicitar escolta especial ou até lidar com autuações por excesso de peso.
Situações como essa são mais comuns do que parecem. Muitos gestores de frota ainda enfrentam desafios na hora de calcular corretamente a capacidade de carga dos veículos e distribuir o peso de forma segura e eficiente. E é justamente por isso que consultar uma tabela de capacidade de carga de caminhões confiável pode fazer toda a diferença.
Afinal, ignorar os limites de carga compromete a operação, acelera o desgaste dos caminhões e coloca em risco a segurança nas estradas — além de trazer prejuízos operacionais e legais.
Neste guia completo, você vai entender:
- Afinal, o que é a capacidade de carga?
- Como calcular a capacidade de carga dos caminhões da sua frota?
- Qual é a carga máxima que caminhões pesados podem transportar?
- Como fazer a distribuição correta da carga nos caminhões?
- O impacto da capacidade de carga na vida útil dos veículos da frota
- Como prolongar a vida útil dos caminhões da sua frota?
Continue a leitura e aprenda como transformar esse controle em uma vantagem estratégica para a sua operação.
Afinal, o que é a capacidade de carga?
A capacidade de carga é o peso máximo que um veículo pode transportar com segurança, sem comprometer sua estrutura, desempenho ou a legislação de trânsito. Ela leva em consideração tanto a carga útil (o peso da mercadoria) quanto o peso total permitido (que inclui o próprio veículo, o combustível, o motorista e demais componentes).
Esse dado é definido pelo fabricante do veículo e regulamentado por órgãos como o CONTRAN e a SENATRAN. Ultrapassar esse limite gera multas, retenção do veículo e — o mais importante — compromete a segurança de quem está na estrada.
Dentro da capacidade total de um caminhão, existem dois conceitos fundamentais que você precisa entender:
- Peso Bruto Total (PBT): é o peso total do caminhão + carga + motorista + combustível + equipamentos.
Carga útil: é o quanto sobra para transportar de carga após descontar o peso do veículo e seus componentes. - Peso Bruto Total Combinado (PBTC): é o peso máximo transmitido ao pavimento pela combinação de um caminhão-trator com seu semirreboque, ou de um caminhão com seu reboque ou reboques.
Segundo a Resolução CONTRAN nº 882, de 13 de dezembro de 2021: “Nenhum veículo ou combinação de veículos poderá transitar com Peso Bruto Total (PBT), Peso Bruto Total Combinado (PBTC) ou peso transmitido por eixo superior ao fixado pelo fabricante, nem ultrapassar a Capacidade Máxima de Tração (CMT) da unidade tratora.”
Ou seja, saber exatamente qual é a capacidade de cada veículo no transporte de cargas é essencial para evitar excesso de peso, planejar melhor as rotas e distribuir os volumes com mais eficiência.
Como calcular a capacidade de carga dos caminhões da sua frota?
Calcular corretamente a capacidade de carga de cada veículo tem que fazer parte da rotina da operação. Isso ajuda a evitar surpresas desagradáveis, custos extras e clientes insatisfeitos. Mas, fique tranquilo! O cálculo é relativamente simples, porém exige atenção aos dados técnicos do fabricante e ao tipo de veículo utilizado.
As fórmulas são:

Veja um exemplo prático:
- Tara: 5.500 kg
- PBT: 16.000 kg
Aplicando a fórmula: L = 16.000 – 5.500 = 10.500 kg
Ou seja, a capacidade de carga útil desse caminhão é de 10,5 toneladas.
No caso de carretas e combinações de veículos, utilize o PBTC como referência, considerando o conjunto trator + semirreboque ou caminhão + reboques.
Importante: os limites de PBT, PBTC e CMT são definidos pelo fabricante e devem ser respeitados, conforme determina a Resolução CONTRAN nº 882/2021. Ultrapassar esses valores pode gerar multas, comprometer a segurança e acelerar o desgaste da frota.
Como considerar a carga útil na gestão de transporte?
Na prática, considerar a carga útil na gestão de transporte significa tomar decisões com base no peso real da carga que será movimentada. Isso vai além de saber o tipo de mercadoria: é entender quanto ela pesa e como esse peso impacta a ocupação dos veículos, o desempenho nas rotas, o consumo de combustível e até o desgaste da frota.
Quando o peso da carga ultrapassa a capacidade útil do caminhão, você pode enfrentar:
- Risco de acidentes e falhas mecânicas;
- Penalidades por excesso de peso;
- Maior desgaste de componentes como pneus e freios;
- Aumento do consumo de combustível e dos custos operacionais.
Já quando o veículo roda com peso bem abaixo da sua capacidade útil, é importante analisar o contexto. Em alguns casos, como no transporte de cargas volumosas, sensíveis ou com janela de entrega específica, essa escolha é estratégica. Mas se isso acontece com frequência sem justificativa operacional, pode indicar oportunidades de otimização logística, como consolidação de cargas ou redimensionamento da frota.
Por isso, o peso da carga precisa ser considerado em decisões como:
- Escolha do tipo de caminhão ou combinação de veículos;
- Roteirização e planejamento de embarques;
- Consolidação de pedidos para melhor aproveitamento da capacidade disponível.
Equilibrar o uso da carga útil significa reduzir custos, preservar a frota e manter a eficiência da operação.
Qual é a carga máxima que caminhões pesados podem transportar?
A capacidade máxima de carga do veículo depende do seu tipo, do número de eixos do caminhão e da configuração do conjunto (caminhão, reboque ou semirreboque). Esses limites são definidos pelo fabricante e regulamentados pela Resolução CONTRAN nº 882/2021, que estabelece os valores de PBT e PBTC permitidos por lei.
Segundo o Art. 6º da resolução, os principais limites são:
- Veículo não articulado (PBT): até 29 toneladas;
- Combinação com reboque/semi-reboque (exceto caminhões): até 39,5 toneladas;
- Caminhão-trator + semirreboque (menor que 16 m): até 45 toneladas de PBTC;
- Caminhão-trator + semirreboque com eixos em tandem triplo (acima de 16 m): até 54,5 toneladas;
- Caminhão-trator + semirreboque com eixos distanciados (≥16 m): até 54,5 toneladas;
- Caminhão-trator + semirreboque com 4 eixos (≥17,5 m): até 58,5 toneladas;
- Caminhão + reboque (inferior a 17,5 m): até 45 toneladas de PBTC;
- Caminhão + reboque (≥17,5 m): até 57 toneladas de PBTC;
- CVC (combinações com mais de 2 unidades e <17,5 m): até 45 toneladas;
- CVC com até 7 eixos, entre 17,5 e 19,8 m e tração do tipo caminhão-trator: até 57 toneladas.
Esses limites legais referem-se ao total transmitido ao pavimento e devem ser obedecidos independentemente da capacidade de carga indicada na documentação do veículo.
Esses parâmetros servem como base para o dimensionamento da operação e para evitar autuações por excesso de peso. No próximo tópico, você confere uma tabela prática com os principais tipos de caminhões, seus comprimentos médios e capacidade de carga por eixo.
Confira a tabela de capacidade média de carga de caminhões
Abaixo, você encontra a tabela de capacidade de carga com os principais tipos de veículos utilizados no transporte rodoviário de cargas, com seus respectivos comprimentos médios e capacidades aproximadas por eixo:

Como fazer a distribuição correta da carga nos caminhões?
Distribuir corretamente a carga dentro do caminhão é tão importante quanto respeitar a capacidade total de peso. Mesmo que o veículo esteja dentro do limite permitido de PBT ou PBTC, um carregamento mal distribuído pode causar sérios problemas operacionais e de segurança.
Por que isso é importante?
Quando o peso não está bem distribuído:
- A estabilidade do caminhão é comprometida, especialmente em curvas ou frenagens bruscas;
- Há sobrecarga em eixos específicos, o que acelera o desgaste dos pneus e componentes da suspensão;
- A frenagem se torna menos eficiente;
- A direção perde precisão e o risco de tombamento aumenta;
- Pode haver autuação por excesso de peso por eixo, mesmo com PBT dentro do permitido.
Boas práticas para distribuir a carga corretamente:
- Siga o plano de carga definido para o tipo de veículo, alguns caminhões foram projetados para levar peso mais concentrado na parte traseira, outros exigem distribuição mais equilibrada entre os eixos.
- Redistribua a carga a cada desembarque, isso facilita o equilíbrio e o desembarque de cargas a cada parada.
- Evite vãos e espaços entre as cargas que possam causar deslocamento durante o trajeto — isso compromete a distribuição de forças e eleva o risco de acidente.
- Use cintas, calços e outros acessórios de amarração para manter a carga fixa durante o transporte.
- No caso de cargas indivisíveis ou de grande volume, é essencial consultar a engenharia de tráfego da empresa e, se necessário, solicitar Autorização Especial de Trânsito (AET).
Distribuir bem a carga não significa apenas “encaixar tudo que cabe”, mas sim pensar estrategicamente no peso, nos riscos e na integridade da frota e da estrada.
O impacto da capacidade de carga na vida útil dos veículos da frota
Respeitar os limites de capacidade de carga vai muito além de cumprir a legislação: trata-se de preservar a integridade da frota e garantir o máximo desempenho operacional com o menor custo possível. Quando um veículo roda constantemente acima da sua carga útil, as consequências aparecem rápido — especialmente nos pneus e na manutenção.
Pneus: desgaste prematuro e maior risco de falhas
Quando a carga excede o limite recomendado, o peso excessivo aumenta a deformação dos pneus de carga, gerando maior atrito com o solo e acelerando o desgaste da banda de rodagem. Isso reduz significativamente a vida útil dos pneus e eleva o risco de:
- Estouro de carcaça em altas temperaturas;
- Diminuição da recapabilidade;
- Aumento do consumo de combustível por maior resistência ao rolamento.
De acordo com a CNT (Confederação Nacional do Transporte), o excesso de peso também prejudica as estradas, podendo reduzir em 30% a 70% a vida útil das rodovias mal conservadas — um reflexo direto da sobrecarga nos eixos dos caminhões.
Sistema mecânico e manutenção
Suspensão, freios, embreagem e rolamentos sofrem quando a carga ultrapassa os limites ideais. O esforço extra acelera o desgaste de peças, exige mais do motor nas retomadas e compromete a estrutura do veículo com o tempo.
Os impactos incluem:
- Aumento da frequência de quebras e falhas inesperadas;
- Maior custo com peças e mão de obra;
- Perda de disponibilidade da frota por paradas não programadas.
A gestão de manutenção na frotas também é uma estratégia inteligente de redução de custos, aumento da segurança e prolongamento da vida útil dos ativos da frota.
Como prolongar a vida útil dos caminhões da sua frota?
Se você quer extrair o máximo desempenho da frota e manter os veículos operando por mais tempo, precisa olhar para a gestão de frotas como um todo — e isso começa com processos bem definidos, controle de dados e decisões técnicas bem embasadas.
O primeiro passo para uma gestão de frotas eficiente é estruturar um plano de manutenção preventiva e adotar ferramentas que permitam o controle real dos pneus. Quando você acompanha indicadores como quilometragem rodada, padrões de desgaste, consumo e avarias, evita surpresas e mantém os caminhões mais tempo na estrada — e menos tempo parados na oficina.
Mas a vida útil da frota não depende só da manutenção. Ela também está ligada ao quanto você respeita a capacidade de carga de cada veículo, distribui o peso corretamente e toma decisões com base em dados e não na rotina. Quando esses pontos se alinham, o resultado aparece na ponta do lápis: menos custos, mais disponibilidade e segurança operacional.
Se você quer entender como fazer isso de forma estruturada e prática, com base em dados e processos que funcionam na rotina de quem vive o transporte de cargas, vale a pena aprofundar.
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