O transporte de cargas é uma operação essencial na logística, com a missão de levar produtos e materiais de um local a outro, garantindo sua integridade e cumprimento de prazos.
No geral, o modal rodoviário do transporte de cargas é um dos principais movimentadores da economia brasileira. E a gestão de frotas é uma parte importante para controlar os veículos e garantir que as entregas aconteçam dentro de prazos estabelecidos.
Realizar a otimização logística e tornar os processos da frota de transporte mais produtivo e eficiente é um dos desafios encarados pela maior parte das empresas.
Confira a seguir:
- O que é o transporte de cargas
- Quais são os modais de transporte de carga
- Quais são os tipos de transporte rodoviário de carga
- Quais são os desafios no transporte de cargas
- Etapas do transporte de cargas
- Quem são os profissionais envolvidos no transporte de cargas
- Como realizar a gestão do transporte de cargas rodoviário
O que é o transporte de cargas?
O transporte de cargas consiste na movimentação de materiais, produtos e mercadorias entre diferentes locais, seja para atender a demandas de produção, seja para venda ao consumidor final.
Além de ser vital para o abastecimento de mercados, o transporte de cargas é responsável por conectar indústrias, centros de distribuição e consumidores.
No Brasil, o modal rodoviário se destaca como o mais utilizado, movimentando cerca de 60% de todas as cargas transportadas no país, segundo dados da ANTT. Isso se deve à ampla malha rodoviária brasileira, que, embora apresente desafios de infraestrutura, conecta regiões urbanas e rurais de forma eficiente.
Além disso, o transporte rodoviário oferece maior flexibilidade em relação a distâncias e tipos de cargas.
Comparando com outros modais:
- O modal ferroviário representa aproximadamente 20% da movimentação de cargas no Brasil, sendo mais utilizado para produtos como grãos e minérios.
- O modal aquaviário, apesar de ser mais econômico para grandes volumes, responde por 13% do transporte, concentrado em áreas costeiras e hidrovias.
- Já o modal aéreo, devido ao custo elevado, é usado apenas para cargas de alto valor agregado e corresponde a menos de 1% do total.
Quais são os modais do transporte de cargas?
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Os modais de transporte de cargas existentes são:
- Aéreo
Acontece por meio de aviões, aeronaves ou táxi aéreo. É uma boa alternativa para realizar movimentações de maneira rápida e, também, para cargas de alto valor agregado, pois reduz riscos de roubos.
- Ferroviário
Os veículos desse tipo de transporte são os trens, sejam locomotivas, vagões ou carros de passageiros. É usado para carregar produtos como grãos, carvão e derivados de petróleo.
- Aquaviário
Tudo que for transportado pela água, em navios, barcos ou outros tipos de embarcações, é considerado um transporte aquaviário. É um modal comum no Brasil, dada a quantidade de portos que o país tem.
- Dutoviário
Acontece em dutos, para produtos como gases, minérios e óleos.
- Rodoviário
Todo transporte de cargas realizada em estradas, rodovias e ruas é considerado rodoviário. É o modelo mais utilizado no Brasil, com diversos tipos de veículos, como caminhões, caminhonetes, carros e motos.
Algumas empresas trabalham de maneira “multimodal”, combinando dois ou mais destes modais. Por exemplo, para realizar um transporte internacional, onde o produto é levado de caminhão até o porto e de navio até o porto de outro país.
Tipos de transporte rodoviário de carga
Cargas gerais
O transporte de cargas gerais é aquele que não exige nenhum tipo de veículo ou qualificação exclusiva para acontecer. Produtos industrializados, materiais de construção e alimentos perecíveis se encaixam nessa categoria, assim como outros.
Cargas perigosas
As cargas perigosas são aquelas que podem colocar em risco a vida de colaboradores e terceiros, assim como o meio-ambiente, caso não sejam manipuladas e transportadas corretamente.
Se classificam nesta categoria os gases, inflamáveis, oxidantes, e assim por diante, e são necessários veículos específicos para aumentar a segurança do transporte.
Cargas frigoríficas
Frigoríficas são todas as cargas que precisam estar refrigeradas para serem transportadas, exigindo um tipo de veículo que ofereça as condições ideais de temperatura e conservação dos produtos.
Caso não siga as práticas corretas, pode gerar riscos aos produtos e à saúde dos consumidores.
Cargas de grande porte
Aqui, estamos falando do transporte de estruturas, equipamentos ou até veículos que precisam ser movimentados. Como são produtos que não podem ser desmontados, precisam de permissões e planejamentos específicos para acontecer.
Cargas completas x fracionadas
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As cargas de grande porte e de produtos perigosos também podem ser entendidas como cargas completas, pois é preciso que o veículo por inteiro seja utilizado para esta finalidade.
Por outro lado, a carga fracionada acontece quando diferentes produtos têm um destino semelhante e podem ser organizados em um único veículo para serem transportados.
Produtos farmacêuticos
Esses produtos não são exatamente cargas químicas ou perigosas, mas também não se encaixam em um perfil de cargas gerais. Portanto, é preciso pensá-los individualmente:
A indústria farmacêutica precisa de um transporte de cargas especializado, a fim de evitar a perda de qualidade dos produtos. Quando forem transportes feitos diretamente para a casa de um consumidor, é mais importante ainda ter atenção na hora de fazer a entrega, para evitar a troca de remédios entre clientes.
Encomendas e mudanças
Dentro do transporte de cargas, também podemos considerar as entregas de encomendas e mudanças de móveis, seja em casa, apartamento ou escritórios.
Geralmente, são veículos pesados que realizam esse tipo de trabalho e os itens carregados podem incluir mesas, cadeiras, utensílios, materiais domésticos ou de escritório, etc.
Desafios no transporte de cargas rodoviário
Segurança
No trânsito, na carga e descarga de caminhões, na operação de maquinários no armazém. São diversos os pontos que apresentam riscos aos colaboradores de uma frota, e identificar quais são esses riscos para gerar um plano de contenção e protocolos é fundamental.
Fornecer segurança na frota deve ser prioridade sempre, pois, com ela, vem também maior confiança e produtividade dos trabalhadores.
Infraestrutura rodoviária
As estradas no Brasil, em sua maioria, são precárias. Embora há anos isso seja comentado e debatido, as medidas corretivas são lentas. Portanto, os cuidados com os veículos da frota devem ser constantes, para que você evite quebras e falhas imprevistas na sua operação.
Sempre que possível, busque caminhos que estejam em condições mais adequadas de rodagem através de uma roteirização inteligente e econômica.
Alto consumo de combustível
O aumento no consumo de combustível acontece tanto por problemas no veículo, que fazem o motor queimar mais combustível, quanto por práticas irresponsáveis de direção. Além disso, se a rota planejada tiver muitas curvas, esquinas e semáforos, o acelerar e frear frequentemente também aumentam o consumo.
Então, você precisa realizar alguns processos diferentes e simultâneos: conscientizar e treinar os motoristas, controlar os abastecimentos e as manutenções da frota, e fazer a roteirização com auxílio de tecnologias para encontrar os melhores caminhos por custo benefício.
Custos com manutenção
As manutenções da frota podem ter altos custos se forem sempre encaminhadas aos serviços corretivos. Mais vale ter serviços preventivos com frequência a baixos custos do que esperar um veículo chegar em seu limite para o corrigir.
A troca constante de peças e componentes, principalmente se não forem originais da marca e modelo, prejudicam o desempenho do veículo. Isso não apenas gera custos maiores, mas também reduz a vida útil dos veículos.
Logística reversa
A logística reversa não é um desafio apenas do transporte de cargas, mas da logística como um todo. Diversas empresas possuem dificuldades em implementar esse processo com sucesso e, os exemplos que temos são de grandes corporações, como a Coca-Cola e a Magazine Luiza.
Trata-se de um processo que retorna produtos ou embalagens recicláveis de volta à empresa, com a finalidade de serem reutilizados. Por exemplo, com as garrafas de vidro da empresa de refrigerantes.
Pagamento de impostos e defasagem no frete
No transporte de cargas, os impostos são um desafio e tanto. As cargas tributárias nos serviços de transporte são bastante altas, gerando um aumento nos custos do frete.
Mas, com as dificuldades econômicas emergentes, as empresas de transporte vêm encarando outro desafio: precisam reduzir seus preços para chamarem a atenção de novos clientes e serem competitivas no mercado.
Isso gera a chamada “defasagem do frete”, onde os custos para manter a operação em funcionamento são mais altos do que recebem para fazer tudo funcionar e não há serviços suficientes acontecendo para compensar o “gap”.
Por vezes, essa situação gera até mesmo a perda de qualidade das operações da frota, pois os veículos ficam negligenciados e podem gerar perda de carga ou atrasos na entrega.
Regulamentações do transporte rodoviário de cargas
A legislação exige documentos fiscais, como a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e o Manifesto de Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e), que comprovam a legalidade do transporte e garantem o pagamento de tributos.
Em alguns casos, para o transporte de cargas perigosas, por exemplo, é obrigatório o uso de equipamentos de segurança específicos, como kits de contenção, além de motoristas capacitados com o curso MOPP (Movimentação e Operação de Produtos Perigosos).
Caminhões também precisam atender às normas de emissão de poluentes definidas pelo PROCONVE (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores), impactando a renovação e a manutenção das frotas.
Todas essas, entre outras, regulamentações podem ser desafios encarados pelo gestor da frota, que deve estar atento e garantir o cumprimento de todas as normas.
Etapas do transporte de cargas rodoviário
Identificação do transporte
Conforme identificar as necessidades do cliente, o tipo ideal de transporte será estabelecido.
Nesse momento, deve-se considerar os tipos de cargas que serão transportadas, as exigências e requisitos de tempo de transporte, assim como os recursos financeiros disponíveis para a contratação do frete de carga.
Trata-se de um diálogo, onde são apresentadas todas as necessidades do cliente e a transportadora tenta encontrar a opção que apresenta as melhores vantagens para atendê-lo.
Gestão da manutenção dos veículos
Antes de qualquer viagem, de curta ou longa distância, deve-se realizar a inspeção preventiva do caminhão. Esta pode ser feita por uma equipe de mecânicos ou, de maneira simplificada, pelo próprio motorista, desde que siga os itens do checklist de veículos corretamente.
Se estiver tudo certo com o veículo, a viagem segue normalmente. Caso seja encontrado algum problema, é necessário conferir a gravidade da falha e se apresenta risco de sair para uma rota.
Emissão de documentos fiscais
Assim como qualquer serviço prestado, é preciso realizar a emissão de alguns documentos. A nota fiscal eletrônica, por exemplo, é indispensável. A legislação em relação ao transporte de cargas pode exigir documentos e autorizações para determinadas operações, como de cargas perigosas.
É importante que o gestor de frota conheça as leis e saiba os documentos do transporte de cargas necessários em cada tipo de operação que a empresa realiza.
Roteirização da entrega
O planejamento é essencial para garantir a produtividade de uma operação de transportes, ajudando também a trazer lucros à transportadora.
A etapa de roteirização é feita para encontrar o melhor caminho entre a coleta e a entrega da carga. Isto é, aquele em que se faz o transporte em menor tempo, mas com mais qualidade.
Conferência da carga e coleta de materiais
A conferência de carga acontece ainda dentro do centro de distribuição. Nessa atividade, a equipe responsável por liberar a carga para transporte deve verificar as quantidades e tipos de mercadorias que vão ser carregadas, fazendo um registro das informações coletadas.
Esse é um processo que evita problemas e/ou danos ao cliente que contratou a transportadora. Assim que a conferência é finalizada, a carga fica liberada para ser colhida pelo motorista e levada ao seu destino final.
Controle do transporte
Uma vez que o veículo está na estrada para realizar o transporte de cargas, é preciso acompanhar e ter algum tipo de controle sobre a rota realizada em comparação à planejada.
Esse tipo de supervisão é o que possibilita o entendimento pleno da operação e gera percepções para otimizar as próximas rotas.
Também é crucial para garantir o controle de qualidade do transporte, analisando as embalagens e a climatização do ambiente, por exemplo.
Descarregamento e entrega da carga
Assim que chega ao seu destino final, o motorista ou a equipe responsável faz o descarregamento e toda a mercadoria precisa ser conferida novamente.
Aqui, a equipe que recebe o transporte verifica a chegada baseando-se nessas anotações. Se tudo estiver dentro do esperado, o motorista pode finalizar a entrega e retornar à central da operação.
Muitas transportadoras realizam um processo de seguimento e/ou acompanhamento com a empresa cliente. Ou seja, pedem um retorno e opiniões sobre o serviço de transporte no geral para que possam melhorar alguns pontos críticos que possam existir.
Análise de indicadores
Os indicadores de desempenho relatam fatos e, às vezes, números sobre como ocorreu a operação de transporte.
Cada empresa transportadora seleciona os indicadores que fazem mais sentido com seus objetivos. Alguns exemplos bastante comuns de encontrar são: tempo de trânsito, devoluções feitas e consumo de combustível por rota.
Vale ressaltar que a análise é bem importante para as ações de otimização logística no transporte de cargas.
Profissionais no transporte de cargas
Existem diversos cargos em uma operação de transporte de cargas, algumas empresas podem ter mais necessidades e possibilidades de contratação, por seu porte e disponibilidade de recursos financeiros. Outras, precisam ter um quadro mais enxuto de funcionários.
Os cargos principais para o transporte de cargas funcionar adequadamente incluem:
- Gestor de transporte e/ou frota: é o responsável por administrar e liderar todos os processos da frota, desde levantar orçamentos para serviços até gerar as rotas para entrega.
- Gerente financeiro: principal responsável por controlar os orçamentos e investimentos do transporte. Auxilia o gestor da frota em sua tarefa de gerar redução de custos.
- Motoristas: eles que conduzem os veículos para fazer o transporte acontecer, mas também devem ser responsáveis pela realização do checklist de inspeção e abertura de ordens de serviço, quando necessário.
- Conferente de carga: esse profissional verifica a entrada de materiais no armazém e compara notas fiscais, organizando toda a documentação para a saída dos produtos. Além disso, inspeciona o estado das mercadorias e as organiza por ordem de retirada do veículo.
Outros cargos podem ser necessários, como de assistentes ou gestores para áreas mais específicas, como um gestor de riscos, de manutenção ou de pneus. Vale analisar a sua empresa e quais setores apresentam mais dificuldades, sendo necessário uma ajuda extra para colocar em ordem.
Como realizar a gestão do transporte de cargas?
Faça um planejamento de frotas estratégico
Tudo começa no planejamento e estabelecimento de metas para a empresa e frota. Tendo em vista o que precisam alcançar, fica mais fácil visualizar quais são as ações diárias que contribuem para esse objetivo maior.
Definir estratégias gerais e ter um plano para cada uma das áreas da gestão de frotas e transporte também ajuda a manter uma organização maior e gerar processos mais produtivos.
Tenha uma equipe qualificada e capacitada
Motoristas e equipes operacionais devem estar preparados para lidar com as particularidades do transporte rodoviário.
Além de ter bons requisitos na hora da contratação, você pode (e deve) promover treinamentos sobre assuntos diversos, como direção defensiva e econômica, inspeção de veículos e cumprimento das regulamentações.
Tenha veículos adequados e mantenha eles em boas condições
A escolha dos veículos certos para a operação é um dos primeiros passos para garantir a eficiência do transporte rodoviário de cargas. É importante que a frota esteja alinhada ao tipo de carga transportada, seja ela geral, frigorífica, perigosa ou de grande porte.
E a manutenção regular dos veículos é indispensável para evitar quebras inesperadas e garantir a segurança nas estradas. Para isso, realize inspeções frequentes, como verificações de freios, pneus, suspensão e sistemas elétricos, e implemente um programa de manutenção preventiva.
Lembre-se de que veículos em boas condições não apenas evitam falhas, mas também contribuem para a redução do consumo de combustível e dos custos com reparos corretivos.
Controle as despesas operacionais
Os custos com combustível, manutenção, pedágios e salários representam uma parcela significativa das despesas no transporte rodoviário de cargas. Para manter o equilíbrio financeiro, é essencial monitorar detalhadamente cada um desses gastos e buscar maneiras de otimizá-los.
Por exemplo, a utilização de ferramentas de roteirização pode ajudar a encontrar trajetos mais curtos e econômicos, reduzindo o consumo de combustível e os custos com pedágios.
Ainda mais, acompanhar o histórico de manutenção dos veículos e investir em treinamento para motoristas — especialmente em práticas de direção econômica — também são ações que podem impactar positivamente os custos operacionais.
Use ferramentas de gestão digitais
Soluções digitais, como TMS (Transportation Management System) e sistemas de telemetria, são indispensáveis para monitorar rotas, controlar entregas e acompanhar os custos operacionais em tempo real.
Essas ferramentas permitem visualizar trajetos planejados versus realizados, identificar excessos de consumo de combustível ou paradas não planejadas e gerar relatórios para tomada de decisão estratégica.
Monitore os indicadores de desempenho da operação
Acompanhar métricas de desempenho ajuda a entender e avaliar a eficiência do transporte de cargas e identificar áreas de melhoria.
Alguns indicadores importantes incluem:
- Custo por quilômetro rodado: permite avaliar o impacto financeiro de cada trajeto.
- Consumo médio de combustível por veículo: ajuda a identificar veículos ou motoristas que estão consumindo mais do que o esperado.
- Pontualidade nas entregas: mede a capacidade de cumprir os prazos acordados com os clientes.
- Taxa de ocupação dos veículos: mostra se a frota está sendo utilizada de maneira eficiente.
Com esses dados em mãos, é possível ajustar estratégias, priorizar investimentos e otimizar a operação para melhorar os resultados e a satisfação dos clientes.
Se você chegou até aqui, é porque busca melhorar a gestão do transporte de cargas e alcançar melhores resultados para sua frota.
Na Prolog, entendemos os desafios enfrentados pelos gestores rodoviários e oferecemos soluções práticas e integradas para transformar sua operação.
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