Tudo sobre o transporte de cargas rodoviário

Entenda melhor o que abrange o transporte de cargas, seus desafios e como acontece nas operações de uma frota.
Como funciona o transporte de cargas

O transporte de cargas é uma grande operação da logística, com a missão de levar uma carga de um local a outro sem causar danos.

As responsáveis por isso são as transportadoras, empresas especializadas em lidar com esse trabalho. Porém, muitas empresas podem ter frotas próprias para desempenhar esse papel, como mineradoras, construtoras civis, entre outras.

No geral, o modal rodoviário do transporte de cargas é um dos principais movimentadores da economia brasileira. E a gestão de frotas é uma parte importante para controlar os veículos e garantir que as entregas aconteçam dentro de prazos estabelecidos.

Realizar a otimização logística e tornar os processos da frota de transporte mais produtivo e eficiente é um dos desafios encarados pela maior parte das empresas. Para facilitar sua gestão, confira: 

O que é o transporte de cargas

O transporte de cargas é a movimentação de cargas, materiais e produtos entre locais, para que sejam utilizados em fins de produção ou venda ao consumidor final.

Além disso, tem como objetivo realizar essa atividade cumprindo com alguns requisitos, como: prazos de entrega, produtos sem danos e localização correta para descarregar o veículo.

Modais do transporte de cargas

Modais do transporte de cargas.

No Brasil, o principal meio utilizado é o transporte rodoviário. Porém, também existe o transporte aéreo, ferroviário, aquaviário e dutoviário.

Confira em mais detalhes os modais do transporte de cargas:

  • Aéreo: acontece por meio de aviões, aeronaves ou táxi aéreo. É uma boa alternativa para realizar movimentações de maneira rápida e, também, para cargas de alto valor agregado, pois reduz riscos de roubos.
  • Ferroviário: os veículos desse tipo de transporte são os trens, sejam locomotivas, vagões ou carros de passageiros. É usado para carregar produtos como grãos, carvão e derivados de petróleo.
  • Aquaviário: tudo que for transportado pela água, em navios, barcos ou outros tipos de embarcações, é considerado um transporte aquaviário. É um modal comum no Brasil, dada a quantidade de portos que o país tem.
  • Dutoviário: acontece em dutos, para produtos como gases, minérios e óleos.
  • Rodoviário: todo transporte de cargas realizada em estradas, rodovias e ruas é considerado rodoviário. É o modelo mais utilizado no Brasil, com diversos tipos de veículos, como caminhões, caminhonetes, carros e motos.

Algumas empresas trabalham também a categoria “multimodal”, que combina dois ou mais destes modais. Por exemplo, para realizar um transporte internacional, onde o produto é levado de caminhão até o porto e de navio até o porto de outro país.

Tipos de transporte rodoviário de carga

Cargas gerais

O transporte de cargas gerais é aquele que não exige nenhum tipo de veículo ou qualificação exclusiva para acontecer. Produtos industrializados, materiais de construção e alimentos perecíveis se encaixam nessa categoria, assim como outros.

Cargas perigosas

As cargas perigosas são aquelas que podem colocar em risco a vida de colaboradores e terceiros, assim como o meio-ambiente, caso não sejam manipuladas e transportadas corretamente. 

Se classificam nesta categoria os gases, inflamáveis, oxidantes, e assim por diante, e são necessários veículos específicos para aumentar a segurança do transporte.

Cargas frigoríficas

Frigoríficas são todas as cargas que precisam estar refrigeradas para serem transportadas, exigindo um tipo de veículo que ofereça as condições ideais de temperatura e conservação dos produtos.

Caso não siga as práticas corretas, pode gerar riscos aos produtos e à saúde dos consumidores.

Cargas de grande porte

Aqui, estamos falando do transporte de estruturas, equipamentos ou até veículos que precisam ser movimentados. Como são produtos que não podem ser desmontados, precisam de permissões e planejamentos específicos para acontecer.

Cargas completas x fracionadas

Diferença entre carga completa e fracionada.

As cargas de grande porte e de produtos perigosos também podem ser entendidas como cargas completas, pois é preciso que o veículo por inteiro seja utilizado para esta finalidade.

Por outro lado, a carga fracionada acontece quando diferentes produtos têm um destino semelhante e podem ser organizados em um único veículo para serem transportados. 

Produtos farmacêuticos

Esses produtos não são exatamente cargas químicas ou perigosas, mas também não se encaixam em um perfil de cargas gerais. Portanto, é preciso pensá-los individualmente:

A indústria farmacêutica precisa de um transporte de cargas especializado, a fim de evitar a perda de qualidade dos produtos. Quando forem transportes feitos diretamente para a casa de um consumidor, é mais importante ainda ter atenção na hora de fazer a entrega, para evitar a troca de remédios entre clientes.

Encomendas e mudanças

Dentro do transporte de cargas, também podemos considerar as entregas de encomendas e mudanças de móveis, seja em casa, apartamento ou escritórios.

Geralmente, são veículos pesados que realizam esse tipo de trabalho e os itens carregados podem incluir mesas, cadeiras, utensílios, materiais domésticos ou de escritório, etc.

Desafios no transporte de cargas

Segurança

No trânsito, na carga e descarga de caminhões, na operação de maquinários no armazém. São diversos os pontos que apresentam riscos aos colaboradores de uma frota, e identificar quais são esses riscos para gerar um plano de contenção e protocolos é fundamental.

Fornecer segurança na frota deve ser prioridade sempre, pois, com ela, vem também maior confiança e produtividade dos trabalhadores.

Infraestrutura rodoviária

As estradas no Brasil, em sua maioria, são precárias. Embora há anos isso seja comentado e debatido, as medidas corretivas são lentas. Portanto, os cuidados com os veículos da frota devem ser constantes, para que você evite quebras e falhas imprevistas na sua operação.

Sempre que possível, busque caminhos que estejam em condições mais adequadas de rodagem através de uma roteirização inteligente e econômica.

Alto consumo de combustível

O aumento no consumo de combustível acontece tanto por problemas no veículo, que fazem o motor queimar mais combustível, quanto por práticas irresponsáveis de direção. Além disso, se a rota planejada tiver muitas curvas, esquinas e semáforos, o acelerar e frear frequentemente também aumentam o consumo.

Então, você precisa realizar alguns processos diferentes e simultâneos: conscientizar e treinar os motoristas, controlar os abastecimentos e as manutenções da frota, e fazer a roteirização com auxílio de tecnologias para encontrar os melhores caminhos por custo benefício.

Custos com manutenção

As manutenções da frota podem ter altos custos se forem sempre encaminhadas aos serviços corretivos. Mais vale ter serviços preventivos com frequência a baixos custos do que esperar um veículo chegar em seu limite para o corrigir.

A troca constante de peças e componentes, principalmente se não forem originais da marca e modelo, prejudicam o desempenho do veículo. Isso não apenas gera custos maiores, mas também reduz a vida útil dos veículos. 

Logística reversa

A logística reversa não é um desafio apenas do transporte de cargas, mas da logística como um todo. Diversas empresas possuem dificuldades em implementar esse processo com sucesso e, os exemplos que temos são de grandes corporações, como a Coca-Cola e a Magazine Luiza. 

Trata-se de um processo que retorna produtos ou embalagens recicláveis de volta à empresa, com a finalidade de serem reutilizados. Por exemplo, com as garrafas de vidro da empresa de refrigerantes.

Pagamento de impostos e defasagem no frete

No transporte de cargas, os impostos são um desafio e tanto. As cargas tributárias nos serviços de transporte são bastante altas, gerando um aumento nos custos do frete. 

Mas, com as dificuldades econômicas emergentes, as empresas de transporte vêm encarando outro desafio: precisam reduzir seus preços para chamarem a atenção de novos clientes e serem competitivas no mercado.

Isso gera a chamada “defasagem do frete”, onde os custos para manter a operação em funcionamento são mais altos do que recebem para fazer tudo funcionar e não há serviços suficientes acontecendo para compensar o  “gap”.

Por vezes, essa situação gera até mesmo a perda de qualidade das operações da frota, pois os veículos ficam negligenciados e podem gerar perda de carga ou atrasos na entrega.

Como realizar a gestão do transporte de cargas

Tudo começa no planejamento e estabelecimento de metas para a empresa e frota. Tendo em vista o que precisam alcançar, fica mais fácil visualizar quais são as ações diárias que contribuem para esse objetivo maior.

Definir estratégias gerais e ter um plano para cada uma das áreas da gestão de frotas e transporte também ajuda a manter uma organização maior e gerar processos mais produtivos.

É preciso dividir os esforços em diferentes etapas do transporte de cargas, por isso, separamos a seguir quais são estas.

Etapas do transporte de cargas rodoviário

Identificação do transporte

Conforme identificar as necessidades do cliente, o tipo ideal de transporte será estabelecido. 

Nesse momento, deve-se considerar os tipos de cargas que serão transportadas, as exigências e requisitos de tempo de transporte, assim como os recursos financeiros disponíveis para a contratação do frete de carga.

Trata-se de um diálogo, onde são apresentadas todas as necessidades do cliente e a transportadora tenta encontrar a opção que apresenta as melhores vantagens para atendê-lo.

Gestão da manutenção dos veículos

Antes de qualquer viagem, de curta ou longa distância, deve-se realizar a inspeção preventiva do caminhão. Esta pode ser feita por uma equipe de mecânicos ou, de maneira simplificada, pelo próprio motorista, desde que siga os itens do checklist de veículos corretamente.

Se estiver tudo certo com o veículo, a viagem segue normalmente. Caso seja encontrado algum problema, é necessário conferir a gravidade da falha e se apresenta risco de sair para uma rota.

Emissão de documentos fiscais

Assim como qualquer serviço prestado, é preciso realizar a emissão de alguns documentos. A nota fiscal eletrônica, por exemplo, é indispensável. A legislação em relação ao transporte de cargas pode exigir documentos e autorizações para determinadas operações, como de cargas perigosas.

É importante que o gestor de frota conheça as leis e saiba os documentos do transporte de cargas necessários em cada tipo de operação que a empresa realiza.

Roteirização da entrega

O planejamento é essencial para garantir a produtividade de uma operação de transportes, ajudando também a trazer lucros à transportadora. 

A etapa de roteirização é feita para encontrar o melhor caminho entre a coleta e a entrega da carga. Isto é, aquele em que se faz o transporte em menor tempo, mas com mais qualidade.

Conferência da carga e coleta de materiais

A conferência de carga acontece ainda dentro do centro de distribuição. Nessa atividade, a equipe responsável por liberar a carga para transporte deve verificar as quantidades e tipos de mercadorias que vão ser carregadas, fazendo um registro das informações coletadas.

Esse é um processo que evita problemas e/ou danos ao cliente que contratou a transportadora. Assim que a conferência é finalizada, a carga fica liberada para ser colhida pelo motorista e levada ao seu destino final.

Controle do transporte

Uma vez que o veículo está na estrada para realizar o transporte de cargas, é preciso acompanhar e ter algum tipo de controle sobre a rota realizada em comparação à planejada. 

Esse tipo de supervisão é o que possibilita o entendimento pleno da operação e gera percepções para otimizar as próximas rotas.

Também é crucial para garantir o controle de qualidade do transporte, analisando as embalagens e a climatização do ambiente, por exemplo.

Descarregamento e entrega da carga

Assim que chega ao seu destino final, o motorista ou a equipe responsável faz o descarregamento e toda a mercadoria precisa ser conferida novamente.

Aqui, a equipe que recebe o transporte verifica a chegada baseando-se nessas anotações. Se tudo estiver dentro do esperado, o motorista pode finalizar a entrega e retornar à central da operação.

Muitas transportadoras realizam um processo de seguimento e/ou acompanhamento com a empresa cliente. Ou seja, pedem um retorno e opiniões sobre o serviço de transporte no geral para que possam melhorar alguns pontos críticos que possam existir.

Análise de indicadores

Os indicadores de desempenho relatam fatos e, às vezes, números sobre como ocorreu a operação de transporte. 

Cada empresa transportadora seleciona os indicadores que fazem mais sentido com seus objetivos. Alguns exemplos bastante comuns de encontrar são: tempo de trânsito, devoluções feitas e consumo de combustível por rota.

Vale ressaltar que a análise é bem importante para as ações de otimização logística no transporte de cargas.

Profissionais no transporte de cargas

Existem diversos cargos em uma operação de transporte de cargas, algumas empresas podem ter mais necessidades e possibilidades de contratação, por seu porte e disponibilidade de recursos financeiros. Outras, precisam ter um quadro mais enxuto de funcionários.

Os cargos principais para o transporte de cargas funcionar adequadamente incluem:

  • Gestor de transporte e/ou frota: é o responsável por administrar e liderar todos os processos da frota, desde levantar orçamentos para serviços até gerar as rotas para entrega.
  • Gerente financeiro: principal responsável por controlar os orçamentos e investimentos do transporte. Auxilia o gestor da frota em sua tarefa de gerar redução de custos.
  • Motoristas: eles que conduzem os veículos para fazer o transporte acontecer, mas também devem ser responsáveis pela realização do checklist de inspeção e abertura de ordens de serviço, quando necessário.
  • Conferente de carga: esse profissional verifica a entrada de materiais no armazém e compara notas fiscais, organizando toda a documentação para a saída dos produtos. Além disso, inspeciona o estado das mercadorias e as organiza por ordem de retirada do veículo.

Outros cargos podem ser necessários, como de assistentes ou gestores para áreas mais específicas, como um gestor de riscos, de manutenção ou de pneus. Vale analisar a sua empresa e quais setores apresentam mais dificuldades, sendo necessário uma ajuda extra para colocar em ordem.

Todos os processos de uma operação de transporte de cargas fazem parte da gestão de frota e você pode conhecer ainda mais em nosso e-book gratuito sobre o assunto.

Faça o download do nosso Guia para economia e produtividade na gestão de frotas.

Autor

Luiz Felipe

Co-fundador e CTO da Prolog, desde 2016 se dedica à Prolog, onde além da tecnologia, já colocou um pé no marketing e nas vendas, constantemente buscando novos conhecimentos para trazer excelência à Prolog e seu time.

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